Pesquisa faz um diagnóstico do comércio mundial de energia e um retrato das matrizes energéticas de cada país da região

 

Um estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, em parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), identificou que em 2007 as trocas comerciais regionais atingiram US$ 218,6 bilhões e representam 11,7% do total mundial. Se contabilizados os valores de exportação e importação extrarregionais, o fluxo alcança US$ 354,5 bilhões ou cerca de 19% do comércio internacional de energia no mesmo período.

A pesquisa, que faz um diagnóstico do comércio mundial de energia e um retrato das matrizes energéticas de cada país da região, foi apresentada durante o 11º Encontro Internacional de Energia, promovido pela Fiesp/Ciesp, que aconteceu nos dias 9 e 10 de agosto, em São Paulo. Durante o evento foi entregue o estudo compilado, denominado “Panorama Energético das Américas e Caribe”.

Para Carlos Cavalcanti, diretor do Departamento de Infraestrutura da Fiesp, a energia assume papel cada vez mais relevante nas negociações internacionais, em um setor que o Brasil caminha à frente das outras nações. “O diagnóstico que apresentamos nesse estudo ajuda as empresas brasileiras a identificarem oportunidades comerciais. Temos a melhor escala de produção de biocombustíveis no mundo, engenheria de processo para construir os melhores equipamentos e tecnologias para todas as áreas”, argumentou Cavalcanti.

Além de identificar as vocações dos países na importação e exportação de cada energético – como a concentração de petróleo e derivados principalmente na Venezuela e no Equador, o que deve mudar com o início da exploração do pré-sal no Brasil – , o estudo mostra a relação direta entre fontes de energia e indicadores sociais. Países com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixo têm grande participação de lenha na matriz, enquanto os de IDHs mais altos demonstram mais investimentos em infraestrutura energética, com maior participação de eletricidade e gás natural.

O estudo mostra que os países da América do Sul, Central e Caribe representam apenas metado do consumo de energia da América do Norte, sendo os Estados Unidos o grande demandador de energia. No entanto, ainda com base na pesquisa, as Américas do Sul e Central têm predomínio das renováveis.

Para o estudo, a integração energética é a melhor oportunidade de se combater a pobreza, por meio do desenvolvimento sustentável. “Ao integrarem os objetivos econômicos, sociais e ambientais, as políticas de energia dos países da região podem, de forma harmonizada, contribuir para a prosperidade e segurança das futuras gerações.

(Fonte: Carolina Medeiros, Agência CanalEnergia)