Companheiros e companheiras,

É fato, que esse ano, apesar de todas as lutas empreendidas pela categoria eletricitária, não foi um ano para se comemorar. Em junho, através de um processo eivado de vícios e irregularidades em todos os níveis, a Eletrobras, maior empresa de energia elétrica da América Latina, foi privatizada e entregue de mão beijada ao capital privado. O maior crime de lesa pátria da história do Brasil. Agora, no dia 30 próximo está previsto a demissão de centenas de trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras, caso as nossas ações jurídicas e políticas não consigam impedir esse desastre. Apesar de todas as dificuldades, ainda estamos lutando pela preservação dos empregos, pois temos convicção de que essas demissões injustificadas poderão acarretar grandes “apagões” no país.

Realmente, o ano de 2022 não foi um bom ano para os eletricitários da Eletrobras. A exceção da eleição de Lula, que nos dá esperanças de um Brasil melhor, foi um ano para tirar da nossa memória para sempre. É lamentável que a Eletrobras demita centenas de trabalhadores e trabalhadoras, essenciais para o seu sistema elétrico, através de um PDV compulsório, sem dar opção para os profissionais elegíveis, pois os que não aderirem serão demitidos com uma mão na frente e outra atrás. O pior de tudo é que a diretoria da Eletrobras usa como argumento para a demissão desses profissionais altamente qualificados a necessidade de redução de custos da companhia, mas contradizendo o próprio argumento, aumenta de forma exorbitante os seus próprios salários. Isto, além de ser revoltante, é uma vergonha.

Esses trabalhadores e trabalhadoras que estão sendo demitidos contribuíram decisivamente para a construção de um grande sistema elétrico que ajudou a desenvolver o país e a reduzir as enormes diferenças sociais existentes, através do fornecimento de energia elétrica às regiões mais longínquas do Brasil. Os trabalhadores que construíram essa grande empresa Eletrobras recebem como prêmio de final de ano um “pé na bunda”, enquanto os diretores que “venderam” a Eletrobras ganham, como prêmio, um aumento absurdo e escandaloso nos seus salários. É o pagamento pela entrega do patrimônio público.

Demitir profissionais altamente qualificados e necessários para manter e operar o sistema elétrico da Eletrobras já é um erro gravíssimo, pois essas demissões irresponsáveis podem levar ao desabastecimento de energia elétrica de regiões do país. Mas demitir no dia 30 de dezembro, na semana de Natal e Ano Novo é um ato desumano e uma maldade sem limites, digno daquelas pessoas que representam o “capeta mercado”. Os responsáveis pela privatização da Eletrobras e pelas demissões em massa de trabalhadores serão lembrados pela história, como os vendilhões da pátria e como mercenários que demitiram pais de famílias para aumentarem seus próprios salários. Aos vendilhões e mercenários que levaram tanto sofrimento aos trabalhadores o nosso total desprezo.

Aos trabalhadores e trabalhadoras que construíram essa grande empresa Eletrobras e que foram obrigados a aderirem a esse PDV compulsório o nosso mais profundo reconhecimento por tudo que fizeram pela empresa, pelo Brasil e pelo povo brasileiro. A esses lutadores e lutadoras da categoria eletricitária que ajudaram a construir com muita garra e luta o nosso sindicato, o maior instrumento de luta dos trabalhadores, a nossa profunda admiração.

Graças a luta desses bravos guerreiros e guerreiras construímos a maior empresa de energia elétrica da América Latina, que ajudou a desenvolver o país, e um movimento sindical forte e respeitado, que sempre defendeu os interesses corporativos da categoria, sem nunca deixar de participar das lutas gerais e estratégicas do povo brasileiro.

Companheiros e companheiras, sabemos que é difícil reverter as demissões previstas para ocorrerem no dia 30 próximo, mas vamos lutar até o último momento.

Diretoria do STIU-DF