Os dirigentes dos sindicatos que representam os trabalhadores de Furnas em todo o País se reuniram no dia 19 passado com a nova direção da empresa para solicitar informações sobre como será a nova administração. Solicitaram também respostas sobre notícias que estão circulando na empresa sobre mudança de locais das diretorias de Operação, além de demissões imediatas de cerca de 100 trabalhadores contratados.

O novo presidente Luiz Carlos Ciocchi disse que recebeu a missão de Wilson Pinto Jr., presidente da Eletrobras e do Conselho de Administração de Furnas, de “tornar Furnas a melhor empresa do Sistema, pois ela é a maior, mas não a melhor”.

Falou que é a favor da privatização da empresa, mas que não é a sua missão, tentando iniciar um debate sobre privatização com os sindicalistas. Os dirigentes explicaram o trabalho incansável que estão fazendo no Congresso Nacional, junto aos parlamentares de todos os partidos, em defesa da manutenção do setor elétrico estatal. Levaram números que comprovam que Furnas além de lucrativa, induz o crescimento investindo na infraestrutura, com ações que não são feitas pelo investidor privado.

Transferência da Engenharia para a área regional de Jacarepaguá

O novo presidente falou também que não está nos planos da empresa, mas vão estudar a possibilidade de transferir o setor de Engenharia para a regional de Jacarepaguá. Ele acha que houve confusão com algumas transferências de empregados para aquela área, em razão de obras de expansão que estão iniciando. Nesse sentido, seria melhor para o empregado ficar próximo ao local de trabalho. Essa mobilidade será feita com muito critério, segundo o gestor.

Transferência da Diretoria de Operação para a área da Usina de Furnas

Foi dito que isso não está nos planos da empresa. O presidente atribui esse fato ao discurso que ele fez por ocasião da sua visita a usina de Furnas, quando se referiu que, “o ideal era que a operação ficasse junta”, o que seria melhor para a gestão. Ele entende que isso é impossível, uma vez que existem áreas de Foz do Iguaçu a Porto Velho .

Transferência do Escritório Central para a área do Porto Maravilha

Foram feitas muitas críticas à Fundação Real Grandeza devido às dificuldades de manutenção/conservação dos prédios dos blocos A e B. Isso porque o preço dos aluguéis estaria bastante acima de mercado, se comparados com os imóveis na área do Porto.
Elogiou a gestão da Real Grandeza e destacou que a nova Lei editada, que proíbe os fundos de pensão de ter imóveis em suas carteiras de investimentos. Os fundos têm agora prazo para vendê-los. Finalmente disse que a falta da renda dos aluguéis não trará impacto ao Fundo de Pensão e que estudos estão sendo realizados para analise da viabilidade da mudança.

Demissão de Contratados

Ainda segundo o presidente, será preciso resolver a questão dos contratados, que são o único caso no Setor Elétrico. “Quero cumprir o acordo, já chamei o titular da ACEP para entendimento”.

Explicamos como aconteceram essas contratações, a época e suas razões, e que há no próprio serviço público federal enorme quantidade de contratados.

E dissemos que não há só demissões para os contratados, há admissões de trabalhadores a serem feitas com investimentos em treinamento e que estão capacitados para serem efetivados por Furnas, fato que, aparentemente, não era do conhecimento do presidente.
Informamos que os sindicatos possuem associados contratados e portanto devem ser convidados a todas as tratativas sobre o assunto.

O presidente disse que vai trabalhar para cumprir o Acordo. Disse ainda que os trabalhadores que não estão respondendo poderão ser demitidos. “Abrindo o jogo quanto as suas reais intenções”.

Outros assuntos foram colocados ao final da reunião para mostrar à nova direção a complexidade de pendências de problemas não resolvidos e que temos em Acordo uma reunião quadrimestral e se essa direção retomaria o calendário de reuniões. Foram expostos por nós:

Banco de Horas, mudança de PHT, Mobilidade interna, CAEFE reaproximação, Aposentados X Plames (disse que não tem muita chance de voltar a contribuir), Transportes = residência/trabalho/residência.

Os dirigentes também reclamaram sobre a retirada dos aposentados da área de risco. A direção da empresa ficou de marcar nova reunião com o Jurídico e a DO, uma vez que há decisões favoráveis no TRF 4 e ainda resta pacificação no STF.

A presidência finalizou que esses assuntos operacionais devem ser tratados junto às diretorias e a Relações Sindicais.

Destacamos que somente o presidente falou na reunião com pequenas intervenções dos outros participantes pelo lado da empresa.

Destacamos, também, que ao fecharmos esse boletim fomos surpreendido com a publicação de informativo após as 21h do dia 26 passado, sobre a mudança do Escritório Central para um prédio situado na Avenida Presidente Vargas, próximo ao Campo de Santana, e ao lado do prédio onde estão instaladas as empresas de energia chinesas que querem comprar as nossas empresas. Isso não é coincidência, pois no dia da reunião, a direção da empresa já sabia da mudança do escritório central e sonegou essa informação. Além disso, é inverossímil que o estudo tenha sido feito em sete dias.

Para quem ainda duvida das intenções dos nossos gestores aí está a resposta!
Essa técnica de espalhar a empresa é antiga e manjada, para dificultar a união dos trabalhadores, amedrontá-los e assediá-los, dificultando a resistência e facilitando a entrega do nosso patrimônio.

Intersindical Furnas 27/06/2019