O governo de Michel Temer e seus aliados não têm os votos necessários para aprovar, em fevereiro, a reforma da Previdência, que vai obrigar as pessoas a trabalharem por mais tempo sujeitas a ganharem menos. Diante disso, um plano B está sendo cogitado pela equipe econômica e vem ganhando cada vez mais força.

Segundo levantamento do governo ainda faltam cerca de 50 votos para obter os 308 necessários. O quórum pode ficar ainda mais distante depois que o Supremo Tribunal Federa (STF) manteve nesta segunda-feira (22) a suspensão da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho.

A bancada do PTB, que tem 16 deputados, vem dando sinais de revolta com a dificuldade de nomear a parlamentar para o ministério. Cristiane, condenada na Justiça do Trabalho, é filha de Roberto Jefferson, presidente do PTB, que foi condenado no Mensalão.

A possibilidade de votação da reforma da Previdência em novembro se daria porque uma parcela considerável dos deputados pode não se reeleger. De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), a média de renovação na Câmara dos Deputados foi de 45% nas últimas três eleições.

Se boa parte dos indecisos, que gira em torno de 100, não for reeleita em outubro, ela pode sim querer votar a reforma da Previdência após as eleições. Isso porque não terá mais nenhum receio com aquilo que os impede hoje, ou seja, perder votos.

Na avaliação do dirigente sindical do STIU-DF, Wandyr Pereira, a única saída para os trabalhadores é se manterem mobilizados.

“Infelizmente, existe sim essa possibilidade e precisamos ficar muito atentos a isso. Temer e seus aliados já demonstraram que estão dispostos a retirar o máximo de direitos possíveis dos trabalhadores para satisfazer os interesses dos mais ricos do Brasil. Somente mobilizados e pressionando sem dar tréguas a esse governo conseguiremos resistir a mais esse ataque”, avalia Wandyr.