
200 mil trabalhadoras e trabalhadores. Esse foi o tamanho do ato “Ocupa Brasília”, convocado nesta quarta-feira (24) pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo. Pessoas de todos os estados do Brasil ocuparam a capital federal pedindo “Diretas, Já!” e “Fora, Temer”. Também exigiram o fim das reformas trabalhista e previdenciária.
O ato começou no estádio Mané Garrincha, no início da tarde, e terminaria em frente ao Congresso Nacional. Mas ao se aproximar da Praça dos Três poderes, o estado policial mostrou a sua face repressora.
A polícia comandada pelo governador Rodrigo Rollemberg atirou nas trabalhadoras e trabalhadores gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e balas de borracha. Chegaram a usar até munição letal, como flagrou a imprensa comercial.
Raul Jungmann, ministro da Defesa do governo ilegítimo de Temer – que se agarra ao poder com unhas e dentes para não deixar o Palácio do Planalto preso – convocou o Exército para tomar as ruas de Brasília. A ação nos remete ao golpe militar de 64.

Temer, que é rejeitado por quase 100% da população e investigado pelo STF por corrupção passiva, obstrução à investigação de organização criminosa e formação de quadrilha, autorizou o ministro da Defesa a suspender a democracia até o dia 31 de maio. Será que ela volta? A Ação de Garantia da Ordem (AGO) de Temer pode ser prorrogada e se estender até o dia da votação da reforma trabalhista.
A classe trabalhadora não se intimidou e resistiu ao estado policial e permaneceu no gramado da Esplanada por horas, mesmo diante de uma chuva de bombas. Estudantes e jornalistas também foram alvo de agressões. Vários trabalhadores e trabalhadoras foram feridos. Uma pessoa recebeu um tiro no queixo e está em estado grave no Hospital de Base, em Brasília.
Em resposta ao estado policial de Temer e Rollemberg, o presidente da CUT, Wagner Freitas, destacou que as centrais sindicais vão convocar uma nova greve geral, só que agora de dois dias. “Vamos fazer uma greve geral maior do que a do dia 28”, disse.
