Os trabalhadores  do  Sistema  Eletrobras  e  suas  representações  sindicais  vêm acompanhando com indignação a movimentação unilateral da direção da empresa, no que tange ao processo da chamada “reestruturação”. O  presidente  Wilson  Pinto  parece  não  ter  outro objetivo se não implantar o seu pacote de maldades dentro da Holding, e para isso desrespeita até mesmo o ACT dos  trabalhadores  que  em  sua  cláusula  43ª diz: “… As  empresas  e  os sindicatos, durante a vigência do presente  acordo  buscarão  o  equacionamento  dos  graves problemas estruturais que comprometem os resultados empresariais, propondo ações concretas que assegurem o equilíbrio  econômico-financeiro  da  empresa  e  proporcionem  os  recursos financeiros necessários ao pleno atendimento dos investimentos futuros”.

É preciso ficar bem claro que os trabalhadores não estão dispostos a ficarem sentados vendo o bonde passar, ao contrário, querem participar de forma efetiva de todas as discussões que terão impacto direto no seu futuro, pois o acordo em vigor lhes garante esse direito. Pois, todos aqueles que vivem a Eletrobras durante anos podem contribuir de forma relevante, sem que se jogue no colo do trabalhador a conta dos problemas atuais, que não foram criados por ele.

No dia 07 de novembro a FNU encaminhou oficio cobrando ao presidente da Eletrobras, Wilson Pinto, explicações sobre a realização da reunião no dia 09 de novembro, sobre a discussão da reestruturação da Holding sem a presença das entidades sindicais, e exigindo o cumprimento do ACT, mais precisamente das cláusulas 41ª- Questões Institucionais e a 43ª- Solução dos Problemas Estruturais da Empresa, mas até o momento nada foi respondido.

Há quatro meses houve a eleição da ex-sócia da Delloite e Artur Andersen para ocupar o cargo de diretora de conformidade e gestão, e os resultados são pífios, muita cobrança para os trabalhadores, mas continuam lavando as mãos em casos de assédio e discriminação, por outro lado aprovam ações dentro da governança que trazem mais despesas para o Sistema Eletrobras. Será que é esse o modelo ideal para tirar a Holding da crise? Certamente não.

MUDANÇA NO CÓDIGO DE ÉTICA

Nos últimos dias a direção tomou novamente uma decisão de forma ditatorial, que terá impacto direto nos trabalhadores, que é a mudança no código de ética do Sistema Eletrobras. Essas alterações foram feitas a revelia das entidades sindicais, que sequer foram comunicadas. Ao que tudo indica as práticas da direção da Holding se inspira no governo em exercício, diálogo zero ou pode quem manda, obedece quem tem juízo. Um retrocesso total.

Fazer gestão de verdade é cuidar dos seus trabalhadores, que é o maior patrimônio da Eletrobras. Se resumir a impor verdades absolutas, como receitas de bolo importadas do setor privado, terá o efeito contrário, muita resistência e desgaste com o conjunto dos trabalhadores. A política do medo em nada contribui, não foi assim que Eletrobras se tornou uma das maiores empresa de energia do mundo. As entidades sindicais sempre estiveram e ainda se mantém abertas ao diálogo, desde que haja respeito as suas posições, aos compromissos assumidos e assinados.

A LUTA VAI SE AMPLIAR EM TODAS AS FRENTES

As entidades sindicais estão se mobilizando politicamente e até mesmo juridicamente através de ações para barrar qualquer tentativa de retirada de direitos ou descumprimento do ACT, assim como, ficarão atentas à questão da contratação de consultorias com alto custo para a Eletrobras. Por isso, é fundamental que os trabalhadores fiquem atentos ao chamamento dos seus sindicatos, nos seus informes de luta. O momento exige unidade e mobilização.

CONSELHEIROS ELEITOS DEVEM SE POSICIONAR

Os conselheiros eleitos pelos trabalhadores têm um papel fundamental dentro da atual conjuntura, pois são companheiros que tiveram um voto de confiança, inclusive das entidades sindicais que os apoiaram, para lutar em defesa dos direitos de todos os trabalhadores que estão sendo atacados.

Se omitir ou ficar em cima do muro diante das deliberações da direção da Eletrobras, pode ser considerado um ato de covardia ou até mesmo traição. Portanto, as entidades sindicais reiteram a convocação para que cada companheiro eleito procure se posicionar, basta procurar seu sindicato para reforçar a luta contra todo e qualquer tipo de desmando. É preciso mostrar a que veio.


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