Cerca de cem dirigentes sindicais de mais de 20 categorias se reuniram nesta quinta-feira (29), no Sindicato dos Comerciários no DF, para discutir a conjuntura política local e nacional e definir estratégias de atuação contra o golpe aos direitos da classe trabalhadora. Uma das medidas de enfrentamento será a greve geral, que está sendo programada para novembro.

Organizado pelo deputado Chico Vigilante (PT), o evento contou com a participação do ex-ministro Ricardo Berzoini, que analisou o cenário político brasileiro. Segundo ele, o golpe tem projeto e visa proteger os latifundiários e banqueiros, bem como privatizar as empresas públicas brasileiras.

O diretor do STIU-DF, Alairton Gomes, alertou que o setor elétrico também está na mira das privatizações. No governo Dilma, sete empresas federalizadas de distribuição de energia estavam no alvo. Agora, com a MP 735, todo o setor está em perigo, incluindo as geradoras.

“Isso será um grande retrocesso se acontecer no setor elétrico. Nossa categoria definiu um plano de luta contra esses ataques. E não são apenas os eletricitários a serem prejudicados com a perda dos seus empregos ou benefícios, mas toda a sociedade, uma vez que as tarifas na conta de luz alcançarão preços impagáveis para uma parcela considerável da população, ainda mais nesses períodos de crise econômica”, avaliou Alairton.

A cultura do quanto pior melhor, defendida com mais intensidade pela oposição no período que antecedeu o impeachment, agora está colhendo seus frutos, destacou Berzoini.

“A arrecadação em agosto reduziu 10% em termos reais. Quem não está desempregado, está com receio de comprar e se endividar. E os empresários, por precaução e insegurança do que vem pela frente, estão segurando os investimentos. Por isso a economia está em retração, embora a mídia venda a ilusão de que o país está bem. A verdade é que nos últimos três meses mais de 266 mil postos de trabalho foram fechados”, destacou Berzoini.

E nada é tão ruim que não possa piorar. Ainda mais quando se trata de um governo ilegítimo, que não passou pelo crivo das urnas e por isso não tem compromisso nenhum com a população. A PEC 241, proposta pelo governo Golpista, é prova disso. Ela cria um teto para os investimentos nos próximos 20 anos, o que inviabilizará a ampliação de políticas públicas na saúde, educação, segurança.

Para o presidente da CUT-DF, Rodrigo Brito, a PEC 241 prejudica as pessoas mais vulneráveis, dificultando ainda mais o acesso mínimo dos trabalhadores mais pobres às políticas públicas de saúde e educação. “O momento é de união da classe trabalhadora. Estamos aqui para isso. Temos que estar de mãos juntas nesse processo, demonstrando a esse governo golpista que estamos unidos e mobilizados”, disse.