Não aceitaremos nenhum ataque aos direitos conquistados

O Sindinorte tomou conhecimento de uma série de sugestões que estão sendo feitas por trabalhadores/as da Eletronorte para redução de custos de pessoal e MSO. Chama a atenção que as medidas estão sendo propostas em decorrência da RD 0304/2016: Estratégia para maximizar o saldo de caixa da Eletronorte para o exercício de 2016. Ocorre que a referida RD em momento algum sugere a redução de custos pelo Pessoal, pelo contrário, fala em renegociação de dívida, revisão dos aportes em SPE’s, entre outros.

Sendo assim, porque, trabalhadores/as da casa, em sua maioria gestores e assistentes, estão tratando de cortar apenas no pessoal? Será um reflexo do que anda ocorrendo na política nacional? O documento traz itens que afrontam diretamente acordos coletivos de trabalho vigentes, como banco de horas, anuênio, férias, entre outros. Há sugestões que classificamos como desumanas, de pouca economia ao caixa da empresa, como é o caso de acabar com a complementação da remuneração para quem sair de licença médica por mais de 15 dias.

Porque não atacar os problemas de gestão? Reduzir o número de gerências? Sabemos que existem na empresa algumas gerências de uma pessoa só, ou que não passam de 3 trabalhadores/as por área. Porque não reduzir custos por aí? Outro ponto a ser imediatamente revisto é o numero de assessores que assombram a Eletronorte. Exatamente, assombram, pois muitos, raramente se encontram em seu local de trabalho.

Práticas de má gestão que ocorrem na empresa não faltam, exemplo é a aplicação do mérito. A empresa aplica a todos os gerentes o máximo de níveis por ciclo sob a alegação de que não há impactos no caixa da empresa, mas se esquece de que ao deixarem o posto gerencial estas pessoas carregam consigo os níveis recebidos e causa-se uma distorção por essa prática.

O discurso da economia sobre a rubrica de pessoal é frágil e mais do que isso, é indecorosa e vergonhosa. Fácil querer atacar o trabalhador e não olhar primeiro para seus problemas de gestão. Somente e apenas somente sanados os problemas, caberia cogitar hipóteses que visem a negociação de acordos coletivos.

Muita coincidência que essas ideias mirabolantes surjam em meio aos ataques diretos que estão sendo feitos pelo governo federal contra a classe trabalhadora.

UNIDOS SOMOS FORTES, NÃO ACEITAREMOS NENHUM DIREITO A MENOS!

 

Elogio da Dialética

A injustiça avança hoje a passo firme

Os tiranos fazem planos para dez mil anos

O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são

Nenhuma voz além da dos que mandam

E em todos os mercados proclama a exploração; isto é apenas o mau começo

Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem

Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos!

Quem ainda está vivo não diga: nunca!

O que é seguro não é seguro.

As coisas não continuarão a ser como são.

Depois de falarem os dominantes

Falarão os dominados

Quem, pois ousa dizer: nunca?

De quem depende que a opressão prossiga? De nós.

De quem depende que ela acabe? Também de nós.

O que é esmagado que se levante!

O que está perdido, lute!

O que sabe ao que se chegou, que há aí algo que o retenha, liberte-se!

E nunca será: ainda hoje.

Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã.

 

Bertolt Brecht


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