Estava prevista para esta terça-feira (13) reunião no Senado para tratar da Medida Provisória 735/16, que tramita em regime de urgência e visa privatizar empresas de geração, transmissão e distribuição de energia. Mas por falta de quórum não ocorreu. Desta vez nenhum parlamentar apareceu na sessão. Na reunião do dia 16 de agosto apenas um deputado compareceu. No dia 31 passado também estava prevista

O objetivo do governo golpista é esvaziar as reuniões para que a MP seja logo encerrada e não entre em polêmicas. O problema é que o assunto é cheio de controvérsias. Como por exemplo, não está claro na MP o que acontecerá com os trabalhadores se as empresas forem privatizadas. Além disso, a MP propõe que os recursos da CCE e CDR, que bancam subsídios na conta de luz e programas como o Luz para Todos, não sejam mais administrados pela Eletrobras, e sim pela CCCE, onde o setor privado tem grande atuação e praticamente inexistem mecanismos de transparência.

Os trabalhadores e trabalhadoras das empresas do setor elétrico colocariam o seu ponto de vista na audiência de hoje. Mas devido ao boicote do governo eles não puderam se manifestar publicamente de novo.

Uma nova reunião foi marcada para o dia 03 de outubro. Nesta data, o relator José Carlos Aleluia (DEM-BA) deve apresentar o seu parecer pela aprovação da matéria. Ou seja, os trabalhadores serão excluídos do processo de discussão, onde poderiam colaborar para o fechamento de lacunas e contribuir para por fim às indefinições.

Se não houver pedidos de vista, a matéria poderá ser votada na Comissão Mista no dia 04 de outubro. Se for aprovada vai para apreciação na Câmara e depois no Senado. Se passar nas duas casas sem modificações, a MP 735 seguirá para sanção do presidente.