Em assembleia, os trabalhadores e trabalhadoras da CEB decidiram voltar a se reunir nesta sexta-feira, 27, para apreciação e deliberação da nova contraproposta apresentada pela direção da CEB. A greve da categoria completou 18 dias nesta quinta-feira.

De acordo com a proposta da empresa, em complemento ao termo consolidado no Ministério Público do Trabalho, o valor anteriormente definido de R$200,00 a ser pago a todos os empregados, foi alterado para R$ 350,00 com aplicação a partir de janeiro/2016, servindo de base para cálculo da periculosidade, adicional de tempo de serviço, horas extras, adicional noturno, 13º salário, férias, previdência complementar, etc.

Fica garantida, ainda, a manutenção na íntegra do ACT 2013/2015, sem os reajustes previstos, bem como, o abono de R$ 1.955,36, por meio de dois talonários de tíquete alimentação, sendo o primeiro no valor de R$ 977,68 em janeiro e o segundo no mesmo valor, em junho de 2016. Além disso, a proposta mantém a cláusula da Participação nos Lucros e Resultados nos termos do ACT 2013/2015, com a retirada do indicador EBITDA.

Pela nova proposta, a CEB concorda em negociar na data-base de 2016 a recomposição da totalidade das perdas apuradas no período de 1º de novembro de 2014 a 31 de outubro de 2015, desde que a empresa alcance as metas previstas no Plano de Transformação, referente a três indicadores econômico-financeiros: Geração Operacional de Caixa, Crescimento da Arrecadação Própria e Dívida Liquida.

Quanto a esses indicadores, a CEB deixou claro que todos eles são factíveis de serem alcançados até 1º de novembro de 2016. Eles estão relacionados à melhoria da produtividade, ao resultado da Revisão Tarifaria Periódica de 2016 (melhoria da tarifa) e ao processo de desinvestimento em empreendimentos de geração e distribuição de gás. Para o STIU-DF, embora o risco de não alcance destas metas exista, os números afetos aos indicadores apresentados pela diretoria da empresa mostram razoabilidade e coerência.

Em relação à recomposição das perdas 2014/2015, o Sindicato cobrou da CEB um maior esclarecimento quanto à parcela a ser concedida no valor de R$ 350,00. Em carta, protocolada na tarde desta quinta-feira, a CEB informou que, para os empregados cujo acréscimo de R$ 350,00 gerar percentual maior que o INPC no período de 1º de novembro de 2014 a 31 de outubro de 2015, não haverá qualquer desconto em relação a recomposição das perdas apuradas na próxima data-base, correspondente ao período de 1º de novembro de 2015 a 31 de outubro de 2016.  Assim sendo, para esses trabalhadores, o mencionado  acréscimo  resultará em ganho real se o respectivo INPC/2015 vier a ser pago na totalidade.

A recomposição, uma vez as metas atingidas, incidirá não apenas sobre os salários cujas perdas não tenham sido pagas, mas sobre todas as verbas de natureza salarial, inclusive, tíquete alimentação.

Como se sabe, a greve da categoria começou devido à tentativa de retirada de direitos e benefícios históricos dos Cebianos. No entanto, por meio da luta e mobilização dos trabalhadores foi possível manter a integralidade do ACT e avançar, inclusive, em itens financeiros. Essa nova contraproposta da CEB, embora não contemple o conjunto da pauta de reivindicações, expressa o resultado da nossa luta no movimento grevista, além de um considerável avanço em relação a primeira proposta apresentada pela empresa.

Assim, conforme deliberação da categoria, o STIU-DF convoca os trabalhadores e trabalhadoras da CEB para assembleia geral deliberativa nesta sexta-feira (27), às 9h, em frente ao portão principal da CEB/SIA. A sua presença é fundamental, compareça.