Em função do comunicado da Eletrobras, do dia 22, que anunciou medidas de punição às bases que rejeitaram a proposta, o STIU-DF vem a público repudiar tamanha arbitrariedade. É inaceitável a decretação do corte dos dias parados e a retirada da proposta, que ainda poderia ser reavaliada.

Nesse sentido, o Sindicato se solidariza com a coragem da categoria em Serra da Mesa em se manter firme no propósito de alcançar o atendimento das suas reivindicações em relação à PLR. Por outro lado, há que se considerar que o processo de negociação possa ter chegado ao seu limite, pois, graças à mobilização e unidade da categoria, com a articulação política dos sindicatos, a proposta da PLR passou de 0,7 para 1,29 folha, acrescida de um talonário de tíquete.

Além disso, foi garantida para os anos de 2015 e 16 ao menos uma folha, a depender apenas do resultado operacional (sem a recorrente restrição da limitação aos 25% dos dividendos distribuídos). E, havendo lucro, mais meia folha condicionada ao resultado financeiro positivo da Eletrobras e outra meia folha ao Ebitida de Furnas (lucro bruto, ou seja, sem desconto de taxas e impostos).

É preciso destacar ainda outra importante conquista. A proposta aprovada pela grande maioria das bases ficou condicionada a criação de uma Comissão Paritária para discutir o termo definitivo da PLR para os anos seguintes, onde serão definidos os indicadores e metas financeiras do Contrato de Metas de Desempenho Empresarial (CMDE). Será um momento importante onde nós queremos discutir o conceito de lucro e o papel das empresas estatais.

O Sindicato respeita a vontade da categoria, mas é preciso destacar que diante de um dissídio no Tribunal Superior do Trabalho (TST) será muito difícil avançar na proposta, uma vez que a situação financeira do setor é delicada. Além disso, aproximadamente 80% dos trabalhadores aceitaram a proposta e retornaram ao trabalho, o que retira força numa eventual disputa judicial.


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