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Os(as) trabalhadores(as) do Sistema Eletrobras decidiram, por ampla maioria e de forma soberana em suas assembleias, pela aprovação da contraproposta apresentada pelo Sistema Eletrobras no dia 25 de julho, no Rio de Janeiro, e deliberaram pelo fim da greve por tempo indeterminado.

O balanço do movimento que tomou conta do país é muito positivo, pois foi possível inverter a lógica que se estabeleceu desde a primeira rodada de negociação, onde a Eletrobras se negava a discutir a reivindicação da categoria por ganho real. Isso somente aconteceu pela unidade dos(as) trabalhadores(as) e a capacidade de mobilização que forçou, não somente a Holding, mas principalmente o governo, que apostava no endurecimento das negociações, inclusive com a possibilidade em ir para o dissídio, a sentar e discutir com os eletricitários uma nova proposta.

Coube ao CNE o papel de representar os interesses dos eletricitários à mesa de negociação, tendo a grande missão de não apenas negociar a manutenção do ganho real, o abono salarial e as comissões para discutir questões estruturais do Sistema, mas principalmente a responsabilidade de preservar as conquistas históricas da categoria. Tendo uma visão mais ampla do que se constitui o processo negocial, que tem no fechamento no ACT apenas uma parte desse complexo quebra-cabeça e não apenas o fim em si mesmo.

O Coletivo Nacional dos Eletricitários, os sindicatos e a categoria, após 22 anos, retomaram de forma integral seu papel de protagonistas na disputa com o governo e a Eletrobras, mostrando que os eletricitários querem ser respeitados por representarem um setor estratégico para o país, não admitindo tratamento diferenciado.

O CNE lamenta e condena a postura de alguns gestores durante o processo de negociação, especialmente da Eletrosul, que na greve de 1990, na condição de sindicalistas, sofreram com as famigeradas cartas intimidatórias enviadas pela empresa para pressionar a categoria que estava na luta e, agora, 22 anos depois, na condição de diretores, repetiram as mesmas práticas nefastas do passado e que sempre repudiaram.

Com o fechamento deste ACT foi encerrado somente uma etapa da luta. Muitos desafios se colocam para o conjunto dos(as) trabalhadores(as), em especial a mobilização em torno do processo de renovação das concessões, onde os eletricitários terão papel fundamental na pressão sobre o governo, pois quaisquer mudanças nas regras em vigor terão grande impacto em negociações futuras com a Holding.

Por fim, o CNE saúda todos os vitoriosos trabalhadores(as) do Sistema Eletrobras por terem se doado ao máximo para conquistar esse acordo, que se não foi o ideal, foi o possível e de grande valor, por resguardar a conquista do ganho real nos salários em um momento de endurecimento político do governo, que apesar de ter sido eleito com nossa ajuda, se colocou contrário às reivindicações da categoria. O grande desafio agora é reforçar nossa organização e unidade, incorporando permanentemente o instrumento da greve para avançar nos próximos acordos. Alertamos aos(as) companheiros(as) para que não aceitem intimidações ou retaliações. O CNE está pronto para agir em qualquer situação; basta entrar em contato.

A luta continua!

 


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