O crescimento da dívida pública mês passado resultou da emissão de R$ 38,66 bilhões em títulos, dos quais 78,68% com remuneração prefixada, contra resgates de títulos no valor de R$ 25,92 bilhões. Essa operação resultou em uma emissão líquida de R$ 12,74 bilhões em títulos, que se somaram aos R$ 17,49 bilhões pagos em juros no mês para aumentar a dívida.
O aumento do endividamento em 2011 foi resultado das despesas com juros, no valor de R$ 211,52 bilhões, e de menos resgates líquidos de títulos em poder de terceiros, no total de R$ 39,20 bilhões.
No geral, os resgates foram de R$ 84,20 bilhões, neutralizados, em parte, pela capitalização de R$ 45 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“O crescimento da dívida resulta do padrão de financiamento ao qual o país está submetido, dependente dos credores (rentistas) e da boa vontade do mercado financeiro”, comenta o economista Paulo Passarinho, do Conselho Regional de Economia (Corecon-RJ).
Para Passarinho, o conceito de dívida líquida (desconta o valor das reservas internacionais) é uma distorção, que desvia a atenção do problema do endividamento crescente:. “Enquanto a dívida interna se aproxima dos 65% do PIB, as contas externas apresentam déficit cada vez maior. E o governo não reage”, critica.
(Monitor Mercantil, 1.º/02.12)