O Conselho Deliberativo da Eletros (CDE) aprovou por unanimidade, em sua 589ª reunião realizada em 28 de novembro de 2025, a incorporação da Fundação pela nova entidade de previdência complementar, a EletrobrasPrev.

A decisão dá sequência ao processo iniciado no começo de 2025  e intensificado em 21 de outubro, quando foi firmado um Acordo de Cooperação Técnica entre as duas entidades. A incorporação integra o projeto de unificação da gestão previdenciária das fundações do Grupo AXIA Energia, antiga Eletrobras, que inclui também Elos, Fachesf, Previnorte e Real Grandeza. A Elos foi a primeira a ter sua incorporação deliberada; a Eletros, agora, é a segunda. As demais fundações ainda precisam concluir suas análises internas para avançar no processo.

A Eletros, fundação multipatrocinada que congrega a AXIA (antiga Eletrobras), EPE, CEPEL, ONS e três prefeituras — Canoas, Sorocaba e Londrina — passará a ter sua gestão integrada à EletrobrasPrev, em um movimento visto como positivo pelo sindicato.

De acordo com as entidades representativas, a unificação tende a ampliar a eficiência administrativa, fortalecer a governança e reduzir custos que pesam diretamente no resultado dos planos. Prova disso é que, já para o próximo ciclo, a taxa administrativa da Eletros cairá de 0,40% para 0,20%. A expectativa é que a nova entidade, quando plenamente consolidada, opere com uma taxa em torno de 0,10%, nível considerado extremamente competitivo no setor.

O diretor do STIU-DF, Ailton Andrade, reforça a importância estratégica dessa integração, lembrando que cada fundação possui patrimônios expressivos, cuja gestão responsável e contando com uma governança paritária, são condições essenciais para garantir estabilidade e direitos.

“O caso da Eletros é um patrimônio em torno de cinco bilhões e meio. Desse total, cerca de um bilhão são dos participantes do ONS , 300 milhões dos participantes da EPE, e o restante é praticamente dos participantes da  Axia, Eletrobras e Cepel. A incorporação aprovada garante justamente a preservação desses direitos e dos regulamentos de cada plano, como estão hoje.”

Na visão dos sindicatos, a questão da governança é destaque, especialmente devido ao modelo paritário previsto para a EletrobrasPrev. Embora estruturada conforme a Lei Complementar 109, a nova fundação contará com paridade nos conselhos deliberativo e fiscal e garantirá eleição para a diretoria de benefícios, um avanço importante no sentido da democratização e do controle social sobre a gestão previdenciária.

Andrade destaca que esse aspecto já tem base concreta. “A EletrobrasPrev fez uma alteração no estatuto original para permitir exatamente essa governança paritária. O estatuto está transparente no site da Eletrobrasprev.  O dirigente destaca que qualquer participante pode enviar sugestões de melhoria no e-mail contato@eletrobrasprev.com.br, assim como as entidades sindicais já vêm fazendo, antes da aprovação final pela Previc.

Para os participantes, a mudança ocorre exclusivamente na entidade administradora dos planos. O Termo de Incorporação garante que a EletrobrasPrev sucederá a Eletros em todos os direitos e obrigações, sem interrupções ou alterações nos regulamentos, saldos, compromissos ou benefícios contratados. Os planos permanecem exatamente os mesmos; o que muda é apenas a instituição responsável pela sua gestão, que continuará contando com o corpo técnico da atual fundação.

Com a aprovação do Conselho Deliberativo, o processo entra agora na fase de consulta pública. Durante 30 dias, os participantes poderão acessar no site da fundação todos os documentos referentes à incorporação, incluindo regulamentos dos planos BD Eletrobras, CD Eletros Multi, Plano EPE, entre outros. Finalizada essa etapa, a documentação seguirá para análise da Previc, que terá até 110 dias úteis para emitir sua decisão. Após a publicação oficial no Diário Oficial da União, abre-se o prazo de 180 dias para que a incorporação se concretize.

A unificação funciona como a integração de várias filiais sob um único sistema centralizado. O nome da gestão muda e os processos se tornam mais eficientes, mas o acervo (os planos, regulamentos, direitos e benefícios) permanece preservado. Para os participantes, essa consolidação representa continuidade, segurança e expectativa de redução dos custos operacionais que impactam diretamente o patrimônio previdenciário de cada trabalhador e trabalhadora vinculados ao sistema.