Os rodoviários e rodoviárias do Distrito Federal realizaram uma assembleia neste domingo (29) em que aprovaram o início de uma greve da categoria a partir da próxima segunda-feira (06/11), caso não seja oferecida uma proposta de reajustes salariais. A mobilização conta com a participação de motoristas e cobradores que atuam nas empresas de transporte coletivo do DF.
De acordo com o Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal, haverá outra assembleia de trabalhadores no domingo (05) para avaliar a proposta (se apresentada) ou definir o encaminhamento da greve. Os rodoviários avaliam possibilidades da paralisação, como mobilização nas portas das garagens dos ônibus ou a catraca livre.
O Sindicato aponta que a proposta de reajuste salarial da categoria deveria ter sido apresentada até agosto, mas as empresas alegam que sem o aporte do governo do Distrito Federal (GDF) não podem propor nenhuma melhoria salarial. “Segundo as empresas e o próprio governo há uma dívida de quase R$ 900 milhões do GDF com as empresas, e elas dizem que se o governo não pagar o que deve, não conseguem fazer a proposta”, narrou o secretário geral do Sindicato, José Wilson.
“Sem a participação do governo, não há como haver a renovação do acordo coletivo, já que o governo responde por 60% de todos os recursos a partir da Tarifa Técnica. Então, se o governo não fizer um acordo com as empresas, dificilmente nós teremos a renovação do nosso acordo coletivo”, afirmou José Wilson. Segundo ele, as principais reivindicações são pelo reajuste nos salários e nos ticket alimentação e da cesta básica e manutenção de todo o acordo coletivo.
A diretoria do Sindicato dos Rodoviários foi informada de uma proposta de reajuste apenas para 2024, mas não chegou a ser oferecida porque uma das empresas teria afirmado não possuir condições financeiras para mantê-la. O Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal é composto por todos os trabalhadores das empresas de transporte coletivo da capital, são elas: Piracicabana, Pioneira, Marechal, Urbi e São José.
Situação de cobradores
Em setembro a Lei Distrital 3.923/2006 do Distrito Federal que protegia empregos de cobradores de ônibus foi derrubada no Supremo Tribunal Federal (STF), a partir de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) proposta pelo GDF. Apesar do revés, o secretário geral do Sindicato dos Rodoviários disse que por enquanto não houve alteração nos quadros.
“Essa lei era meio que simbólica, porque quem segurou os empregos dos trabalhadores mesmo foi a luta da categoria. A gente acredita que as empresas sabem que terão muita dificuldade e o próprio GDF tenta fazer a retirada dos cobradores”, avaliou José Wilson.
Governo do DF
O governo do DF respondeu por meio da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) que “está acompanhando as tratativas entre rodoviários e as concessionárias do STPC/DF, atuando para que as negociações não prejudiquem os usuários do transporte público coletivo do DF”. No entanto, o GDF não adiantou se buscará um acordo com as empresas de transporte coletivo para evitar a greve.
Por Valmir Araújo l Brasil de Fato | Brasília (DF) – publicado em