Na manhã desta terça-feira, dia 29, a Câmara dos Deputados foi palco de uma audiência pública que trouxe à tona preocupações e debates sobre o recente apagão que afetou 25 estados e o Distrito Federal neste mês de agosto. A sessão contou com a presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que tratou do tema.

Durante a audiência, eletricitários e eletricitárias, representantes dos trabalhadores do grupo Eletrobras, fizeram uma manifestação exigindo a imediata suspensão do Programa de Demissão Voluntária (PDV) implementado pela direção da empresa.

Eles argumentam que essa medida coloca em risco não apenas o desempenho e desenvolvimento do setor elétrico brasileiro, mas também a estabilidade do fornecimento de energia e a segurança energética do país. Com a possibilidade de novos apagões, os manifestantes expressaram suas preocupações com os impactos negativos que as demissões podem ter para o país e à população.

Outra reivindicação dos eletricitários foi a reestatização da Eletrobras, uma demanda que se tornou ainda mais relevante após o recente apagão. Eles acreditam que o controle estatal da Eletrobras é fundamental para garantir a confiabilidade no setor elétrico, especialmente em momentos de crise ou de ocorrências como a que deixou o país no escuro.

O ministro criticou a privatização da Eletrobras e a abordagem adotada pelo governo Bolsonaro, que limitou o poder de voto de qualquer acionista da empresa a 10%. Para Silveira, o modelo de “corporation” não é adequado para setores estratégicos nacionais, como o setor elétrico. A Eletrobras detém 43,64% das ações da empresa.

Por Roberta Quintino l Publicado originalmente em Salve a Energia.