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Após anos de respeito às reivindicações dos(as) trabalhadores(as), com as discordâncias naturais de todo processo negocial, mas que superávamos na mesa de negociação com muito diálogo, a categoria vem sendo alvo da ação autoritária do Governo Dilma, que vem adotando as mesmas práticas que os governos autoritários e neoliberais de Collor e FHC, ou seja, perseguindo os sindicatos através de atos como o interdito proibitório e o corte de ponto antes do fim do processo de negociação, fato que historicamente poderia acontecer após o seu final. Entretanto, na maioria das vezes encontrava-se uma alternativa para se impedir esta atitude extrema.
Os(as) trabalhadores(as) do Sistema Eletrobras nos últimos anos participavam das discussões do ACT com a certeza de que, no mínimo, haveria debate sobre as suas reivindicações, com diálogo aberto e sem jogo de empurra, pois os diretores das Empresas tinham autonomia para negociar. Foi nesse clima de civilidade e respeito às regras democráticas que as negociações transcorreram no governo Lula. Hoje, mesmo diante da eleição de um governo que no papel representa a continuidade desse projeto popular e democrático, a conjuntura mudou radicalmente. Saíram de cena a democracia e o diálogo com a categoria; o que se tem agora é autoritarismo, perseguição à categoria e aos sindicatos e a ausência de um canal de comunicação com os(as) trabalhadores(as).
O CNE tem alertado em seus informativos sobre a mudança no tom de negociação neste ACT 2011. Para se ter ideia, nem na época da ditadura militar as discussões eram interrompidas de forma unilateral, como aconteceu recentemente, quando a Direção do Sistema Eletrobras afirmou que a proposta era aquela e mais nada poderia ser feito. O CNE está atento a todas as movimentações do Governo Dilma e das direções das empresas, pois do jeito que estão caminhando as negociações, não será surpresa se houver tentativa de punição aos(as) trabalhadores(as), aos dirigentes sindicais e a demissão destas lideranças. Tudo com o intuito de intimidar os(as) trabalhadores(as) na luta por um ACT justo.
Entendemos que a reunião de negociação do dia 5/08 pode até mesmo trazer mudanças na postura negocial. Todavia, pelo histórico da negociação deste ano, em que alguns dirigentes não têm honrado os compromissos firmados com os representantes dos(as) trabalhadores(as), temos que estar preparados e mobilizados para empreender uma longa jornada de lutas, caso não aconteçam os avanços esperados, em especial no que tange ao ganho real nos salários, dentre outros pontos. As paralisações anteriores foram somente o início da luta, pois mobilizados podemos muito mais.

Fiquem atentos ao Calendário do CNE

• 1º a 3/08: assembleias
• 4/08: ato em Brasília e seminário sobre as concessões
• 5/08: assembleia de acompanhamento das negociações
• 8 a 10/08: assembleias deliberativas

 


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