O ex-presidente da Eletrobras passará por todos os círculos, mas será um em especial, que ele poderá ser encontrado.

Wilson Pinto Júnior, chegou na Eletrobras em primeiro de julho de 2016, com a indicação de Michel Temer (então presidente da república, que foi preso em 21 de abril de 2019 por corrupção no ramo de energia, acusação da qual responde processo). A promessa da chegada do Wilson Pinto era de tornar a empresa mais eficiente.

A sua continuação no governo, após a eleição do liberal Jair Bolsonaro, reforçou o entendimento de que o governo iniciado em 2019 se tratava, no quesito econômico, de uma continuação do Temer, ou seja, reafirmando o liberalismo de mercado.

Aos poucos, os trabalhadores e trabalhadoras foram percebendo que essa eficiência estava diretamente relacionada a demissões e retiradas de direitos, ou seja, desmontando a empresa para entregá-la ao mercado financeiro.

Até então, o que se conhecia do príncipe do mercado é que ele já tinha feito o desmonte da CPFL em São Paulo com as mesmas práticas: retirada de direitos e demissões.

Resolveu então infringir a relação com a Eletrobras, tendo se nomeado para sete Conselhos Administrativos, quando o estatuto da empresa não permite tal participação. Esta autonomeação era importante nos seus planos para que pudesse controlar todas as empresas e ter o voto do mercado financeiro (acionista minoritário) valendo mais que do povo Brasileiro (acionista majoritário).

Não contente, no campo trabalhista e na relação com os trabalhadores, resolveu chamar os empregados da empresa de vagabundos e safados e que cortaria 40% dos servidores em 2017. Por este motivo, recebeu uma advertência do comitê de ética da presidência da república.

Ora, chamar trabalhadores e trabalhadoras que mantém o sistema elétrico, faça dia ou faça sol funcionando, de vagabundos, foi um desrespeito sem tamanho e por isso respondeu também a um processo, que ainda tramita na justiça, movido pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários

Enquanto isso, tentava aumentar o seu salário em 46% mesmo negociando 1,69% de reajuste para os Eletricitários da Eletrobras.

A advertência não travou os planos do príncipe, que demitiu cerca de 50% dos trabalhadores e trabalhadoras da empresa em apenas cinco anos, através de Planos de Demissão Incentivada e também demissões sumárias, para sofrimento de doze mil famílias.

O presidente da Eletrobras, começou então a falar mal da própria empresa, tendo contratado uma agência de comunicação para este serviço. O Coletivo Nacional dos Eletricitários o denunciou e ele foi obrigado a rescindir o contrato.

Precisou se mudar do prédio da Eletrobras no Rio de Janeiro para outro local, uma vez que os trabalhadores da empresa não mais conseguiam conviver com o presidente no mesmo ambiente.

No Acordo Coletivo de Trabalho de 2018 e 2019, o príncipe do mercado na Eletrobras, resolveu demitir trabalhadores, reduzindo a quantidade máxima de empregados da estatal para 12.088 e 11.612, respectivamente, causando desespero e perda de capacidade técnica da empresa. Sobre este quesito, uma observação: trabalhadores que ajudaram a recompor o sistema da empresa privada no Amapá, foram demitidos no início de 2021, fruto desta crueldade do ex-presidente

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