Os presidentes saem, mas os empregados continuarão a sua luta em defesa do papel social e estratégico da Eletrobras.

A maior parcela da mídia continuará com o seu discurso monoteísta (em prol do “Deus Mercado”), monocromática (não observará o “prisma de cores” deste assunto e continuará batendo numa tecla só) e monossilábica (argumentos pífios e infantis que não se sustentam a um debate mais amplo).

Nós, empregados das empresas Eletrobras, trazemos um olhar um pouco diferente. Um olhar de dentro, do dia a dia, de lutas reiteradas que vêm se somando desde 2016. Traremos alguns fatos importantes da trajetória do Wilson Pinto Junior, pouco noticiados e que deveriam ser mais bem explorados.

Antes de se considerar o atual presidente da Eletrobras um “semideus”, achamos importante conhecerem os fatos. Wilson Pinto Junior tomou várias ações na Eletrobras que arruinaram a sua credibilidade com o público interno. Listamos algumas delas:

Wilson e sua ligação histórica com David Zylbersztajn (genro do FHC) e o FHC – o próprio David, em reportagem ao Brazil Journal, diz que foi responsável pela nomeação de Wilson, seu aluno, como diretor da Cesp. Desta forma, Wilson mostra seus laços históricos com o PSDB paulista, apesar do discurso de que se trata exclusivamente de um quadro técnico.

Wilson assume na Eletrobras, simultaneamente a Fernando Filho, no MME, Paulo Pedrosa na secretaria do MME e Pedro Parente na Petrobras. A turma que ocupou o setor elétrico no início do Governo Temer tinha no DNA uma forte relação com o PSDB de FHC, Serra e Aécio Neves. Pedrosa foi o ator principal do escândalo internacional do jornal The Guardian sobre o favorecimento à Shell, além de defensor histórico do interesse de grandes consumidores e comercializadoras (estas, meras especuladoras de energia). Pedro Parente foi demitido depois dos aumentos abusivos do gás de cozinha, do preço do combustível que inflava o tão propalado Custo Brasil e da famosa Greve de Caminhoneiros. Dentro daquele ditado “diga com quem andas que te tirei quem és”, estes fatos também ajudaram a desgastá-lo com os empregados.

Wilson fotografado com João Doria em evento em Nova York promovido pela Câmara de Comércio Brasil e EUA – em 2017, Wilson se ausenta da Eletrobras para confraternização da elite econômica em Nova York. A foto com risos e abraços a João Doria, deixa claro sua herança tucana.

Wilson e Elena Landau contratam BTG (no governo Temer) para avaliar desinvestimentos da Eletrobras – O BTG, na época, era, simultaneamente, avaliador de ativos e dono de parcela representativa do capital social da Eneva (empresa de energia) e de outras empresas do setor. Esta contratação absurda tirou ainda mais a credibilidade do Wilson com o corpo de empregados.

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