Os trabalhadores e trabalhadoras da CEB enfrentam um duplo desafio, ao mesmo tempo em que encaram uma campanha salarial inflexível por parte da direção da empresa, que atua para retirar direitos dos cebianos, a categoria passa por uma tentativa de privatização da distribuidora de energia. Um novo ato está marcado para o dia 2 de dezembro.

Nesta quarta-feira, 25, após a categoria aprovar uma greve por tempo indeterminado, frente à falta de uma proposta ao novo Acordo Coletivo de Trabalho, trabalhadores da CEB, lideranças de movimentos populares e parlamentares se manifestaram em frente à Câmara Legislativa do DF contra a privatização da empresa.

O diretor do STIU-DF, João Carlos Dias, alertou sobre os riscos da venda da CEB para a iniciativa privada. Ele lembrou o recente apagão no Amapá, que deixou a população do estado por mais de 20 dias no escuro. “Não podemos permitir que o povo do Distrito Federal passe pelos mesmos problemas que enfrentam os goianos, os amapaenses devido à privatização”, ressaltou.

O dirigente afirmou ainda que a categoria e as entidades presentes reivindicam a suspensão imediata do leilão de venda da CEB, previsto para 4 de dezembro. “O judiciário precisa se manifestar de forma definitiva sobre a matéria”.

A representante do partido Unidade Popular, Thaís Oliveira, disse que o ataque ao patrimônio público da cidade tem origem no projeto neoliberal do governo federal. Para ela, “Ibaneis e Bolsonaro são os maiores inimigos do povo” que tem aplicado uma série de medidas para prejudicar a população. Ela reafirmou o compromisso do partido com a luta em defesa da CEB pública.

“Para além da pandemia, e de toda situação de desastre nacional, temos um governador aqui no Distrito Federal, totalmente descomprometido com a classe trabalhadora da cidade e essa privatização da CEB é uma demonstração da falta de compromisso com a população. Amapá está aí para demonstrar que o caminho da privatização não é a melhor saída”, destacou o dirigente da CUT Nacional, Ismael César.

Os vendedores ambulantes da cidade, que também enfrentam um processo de privatização na principal rodoviária da capital, comparecem ao ato.  Para a vendedora ambulante, Maria Analiete da Silva, a venda da CEB faz parte de um pacote de privatizações do governo do DF, que tenta passar à iniciativa privada restaurantes comunitários, estacionamentos e a rodoviária do Plano Piloto, penalizando os trabalhadores.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) destacou que está em andamento uma ação judicial, conjunta com outras parlamentares, para solicitar a anulação da assembleia que aprovou a privatização da CEB.

Outros representantes de sindicatos e movimentos populares repudiaram a decisão do governador Ibaneis Rocha de privatizar a CEB e reafirmaram o engajamento na luta contra o desmonte do patrimônio público da cidade.

Em 2 de dezembro, o grupo ser reunirá, novamente, na Praça do Buriti, em Brasília (DF), quando será realizado novo ato para protestar contra o processo de privatização da CEB Distribuição.

Participaram da atividade representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), Sindicato dos Bancários, Sindicato dos Servidores Publicos Federais no Distrito Federal (Sindsep), Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Distrito Federal (Sindágua-DF), Sindicato dos Empregados de Empresas de Processamento de Dados do Distrito Federal  (SINDPD-DF), Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Distrito Federal e Região (SINTECT-DF), Movimentos dos Vendedores Ambulantes, Unidade Popular, Subverta, União da Juventude Rebelião (UJR)  e outras entidades.

Defender a CEB pública é defender a população do DF.