Os trabalhadores e as trabalhadoras da Companhia Energética de Brasília (CEB) entrarão em greve, a partir de 1º de dezembro. A decisão foi tomada durante a Assembleia Geral Extraordinária, realizada, nesta quarta-feira (25/11).

Os representantes do STIU-DF informaram que devido à falta de avanços na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT 2020/2022), a categoria, em assembleia, deliberaria, conforme edital de convocação, pela aprovação de um movimento grevista, bem como, pela autorização ao sindicato instaurar dissídio coletivo.

“Com relação a campanha salarial, não temos novidades. Se a empresa não quer negociar, nós não temos outra alternativa a não ser encaminhar pela greve a partir do dia primeiro”, informou o diretor do STIU-DF, José Edmilson.

A pauta de reivindicações da categoria foi entregue à direção da CEB em setembro, e após a realização de quatro rodadas de negociação, a comissão da empresa não apresentou proposta que contemple os trabalhadores. Cabe destacar que a direção da CEB vem tentando retirar direitos da categoria para facilitar a privatização da empresa.

Na ocasião, os trabalhadores da CEB, ressaltaram que a luta contra a privatização é da sociedade e caminha junto com a luta pela data base, estabilidade dos profissionais e a defesa da CEB pública. Após a Assembleia, o grupo se dirigiu à Câmara Legislativa do Distrito Federal, onde participaram de ato contra a privatização da CEB e pelo direito ao trabalho. A greve, em 1º de dezembro, está amparada pela lei 7.783 de 1989

Em 2 de dezembro, o grupo ser reunirá, novamente, na Praça do Buriti, em Brasília (DF), quando será realizado ato para protestar contra o processo de privatização da CEB-Distribuição. Segundo Ernane Alencar, a categoria exige a suspensão imediata do leilão da CEB, até que o judiciário se manifeste, definitivamente, em relação à desestatização da Companhia.

Ainda de acordo com Alencar, parlamentares da Câmara Legislativa do Distrito federal entraram com pedido de impugnação sobre o leilão na justiça federal, com o argumento de que não cabe, no caso da CEB, a aplicação do acordão do STF utilizado para fazer a privatização da Petrobrás e outras empresas estatais, com a lógica “de vender pedaços”. “A CEB não se encaixa nessa situação. A privatização não serve ao povo, serve ao mercado financeiro. O que está acontecendo na CEB é a venda do seu principal negócio e sem autorização legislativa”, esclareceu o dirigente.

Durante a Assembleia, o STIU-DF relembrou a situação de calamidade pública que atingiu o Amapá, devido à privatização dos serviços de energia elétrica. Desde 3 de novembro, o estado sofre com apagões, devido à falta de manutenção adequada dos equipamentos e à precariedade dos serviços prestados à população.

Defender a CEB pública é defender a população do DF!