O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) protocolou, na Casa Civil da Presidência da República, um pedido de investigação de um suposto favorecimento a fundos de investimentos nacionais e estrangeiros interessados na privatização da Eletrobras.

O pedido de investigação feito à Casa Civil já é de conhecimento do Ministro de Minas e Energia Almirante Bento Albuquerque, pois o MME recebeu essas informações detalhadas com um amplo rol de documentos, mas, ao que se sabe, nunca tomou as providências no sentido de investigar a materialidade da denúncia.

DIZ A DENÚNCIA

 O processo de privatização da Eletrobras, cada vez mais, vem sofrendo uma forte interferência – agora praticamente descarada – de grupos econômicos nacionais e internacionais, representados por fundos de investimento, fundos de pensão estrangeiros e fundos soberanos, multinacionais, especuladores de energia e empresas de eletrointensivos.

Um claro exemplo disso foi a nomeação de uma executiva do Grupo 3G RADAR, que é um dos grupos mais interessados na compra da Eletrobras, para o cargo de Diretora Financeira e de Relações com Investidores.

Em março de 2018, a Senhora Elvira Baracuhy Cavalcanti, então executiva da 3G RADAR, havia sido nomeada para o Conselho de Administração da Eletrobras, tendo sido indicada pela 3G RADAR

Tem-se, então, que a Sra. Elvira Cavalcanti, uma alta executiva do grupo empresarial do Sr. Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil com interesse na privatização da Eletrobras, foi nomeada para o Conselho de Administração da empresa alvo dos seus futuros negócios.

E, já me janeiro de 2019, sem qualquer comunicação ao Mercado, o Conselho de Administração nomeou a mencionada senhora para o cargo de Diretora Financeira e de Relações com os Investidores.

Em 29 de janeiro, a Eletrobras anunciou que a empresa 3G Radar havia aumentado a sua participação acionária na estatal. Com esse aumento, a participação da 3G RADAR na Eletrobras, antes de 10%, passou para 14,65% das ações preferenciais, algo em torno de 39 milhões de ações preferenciais.

Veja aqui a íntegra do boletim do CNE.