IELN

A partir das três últimas reuniões com a Eletrobras, o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) tomou conhecimento do “rebaixamento” a que foi submetido o PCR unificado da holding, tão aguardado pelos trabalhadores e trabalhadoras das empresas do Sistema Eletrobrás.
É impressionante como algumas atitudes se repetem nas empresas do Sistema Eletrobrás. No PCCR de Furnas, os sindicatos foram chamados para participar de reuniões de desenvolvimento do Plano, foram pedidas e dadas sugestões, mas, no fim, a empresa pouco ou quase nada atendeu aos pleitos dos trabalhadores. Concluído o PCCR, a sua formatação ficou da forma como quis a empresa.
Na Eletrobras não está sendo diferente; o que mudou foi o tamanho do palco, pois temos dirigentes sindicais do Brasil inteiro que, a cada reunião, voltam às suas bases decepcionados com a forma como está se desenvolvendo o PCR da holding, sem aceitação de sugestões apresentadas pelos sindicalistas.
Quando percebeu que a maioria de suas sugestões não seria aplicada, o CNE registrou-as em documento que foi enviado à direção da holding. Agora, na etapa final do processo de elaboração e em vias de implantação do PCR, essa medida está sendo adotando novamente. O novo documento dirigido à Eletrobras contém as nossas sugestões de melhorias, informadas no último boletim e que, em nosso entendimento, serão necessárias para corrigir erros do passado e evitar outros no futuro, além de serem fundamentais para uma adesão maciça ao novo plano em todas as empresas.
No quadro a seguir, observamos o que acontecerá no Sistema Eletrobrás em termos de quantidade de trabalhadores e trabalhadoras que receberão aumentos em seus salários e os percentuais em relação ao total do efetivo.

Empresas

N.º de Empregados

Quant. contemplados com ganho

Percentual

Eletrobras

1090

265

24,31%

CHESF

5647

3703

65,57%

CEPEL

501

169

33,73%

Eletronuclear

2183

989

45,30%

Eletronorte

3710

1296

34,93%

FURNAS

4771

1728

36,22%

Eletrosul

1559

626

40,15%

CGTEE

529

84

15,88%

Total

19990

8860

44,32%

Observa-se que as distribuidoras federais ficaram de fora do PCR único, discriminando e punindo aqueles trabalhadores e trabalhadoras que são do mesmo grupo e riscando a palavra “único” do PCR da holding. Um absurdo e mais uma proposta descumprida!
Ao não aceitar as propostas do CNE, a holding abre caminho para o surgimento de uma “legião nacional dos defasados”, pois os que já são injustiçados nas suas empresas passarão agora a ter o status de “injustiçados nacionais, e muitos outros serão incorporados a essa desagradável situação com a migração para o Plano.
Itens como antiguidade automática de meio “step” a cada 18 meses, com utilização da verba de 20% sobre o 1% destinado para aplicação no mérito, parecem uma brincadeira de mau gosto que só acentuará o crescimento de empregados defasados.
Acresce, ainda, que esse 1% passará a ser utilizado para dar mérito aos escolhidos e escolhidas do contingente que totaliza 27 mil pessoas, trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Eletrobrás. É mais uma situação que só aumentará a quantidade de defasados e defasadas.
A bizarra exigência de participação do DEST no processo de escolha daqueles e daquelas que serão aquinhoados com a verba do mérito e da “fortuna” de meio “step” do sistema de avanço de nível (SAN), dá bem o tom do rumo nefasto que tomou esse PCR após a intromissão indevida desse órgão.
O enquadramento nas chamadas “áreas de elegibilidade”, cuja forma criada foi “cega”, isto é, sem critério, fará com que dois empregados que estiverem no mesmo cargo e com um ou dois “steps” de diferenças salariais tenham essa defasagem para o “empregado elegível” aumentada em no mínimo mais 5 (cinco) “steps”, ou seja, criando mais empregados e empregadas defasados.


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