Titular da Secretaria Geral da Presidência sugeriu que os trabalhadores não sejam ousados durante as campanhas salariais

O secretário geral da CUT, Quintino Severo, adianta que vai utilizar a audiência de amanhã, dia 11, com o ministro Gilberto Carvalho, para criticar as declarações que ele fez em entrevista publicada ontem pelo portal CartaMaior.

“Vamos dizer a ele que não concordamos com esse posicionamento que o ministro externou. Não aceitamos essas tentativas de dizer que se houver aumento real de salário neste semestre, a inflação vai ser pressionada”, disse Quintino, por telefone, de Brasília. Ele será um dos dirigentes que vai representar a CUT em audiência com Gilberto Carvalho e as centrais a partir das 16h, na capital federal.

O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência declarou, durante a entrevista, em referência às campanhas salariais: “Vai ter que ter maturidade do movimento sindical, do governo e do funcionalismo público, para que, num ano específico como este, as pessoas não queiram, egoisticamente, (grifos nossos) o seu próprio bem e ponham em risco o andamento da carruagem em geral”.

A CUT nega que aumentos reais dos salários possam pressionar a inflação neste ano, uma vez que os recentes movimentos de recuperação do poder de compra dos assalariados não foram suficientes para recuperar as perdas acumuladas ao longo das décadas. E que o aumento da lucratividade em todos os setores e o incremento da produtividade do setor industrial superam e muito os ganhos salariais recentes e, portanto, os ganhos dos trabalhadores não desempenham papel inflacionário.

A Central também insiste que há mecanismos que pressionam a inflação, mas que não tem sido apontados como tal: lucros, setores oligopolizados, tarifas públicas com contratos indexados desde as privatizações, entre outros.

(Isaías Dalle, portal da CUT)