nPUBO ano de 2009 é, de fato, muito representativo para as trabalhadoras e trabalhadores urbanitários do Distrito Federal. Afinal, são vinte e cinco anos construindo e fortalecendo a sua organização sindical; transformando-a, por meio de muito engajamento, combatividade e coragem, num instrumento fundamental não só para o enfrentamento do capital e ampliação das conquistas econômicas, mas também para as lutas gerais da classe trabalhadora e da sociedade brasileira.
Na verdade, a história do STIU-DF se mescla com os principais movimentos democráticos e populares ocorridos no Brasil desde meados da década de 1980. Os urbanitários estiveram presentes na resistência contra a ditadura militar, na criação da Central Única dos Trabalhadores, no movimento das Diretas, bem como nas lutas contra as políticas neoliberais de Collor e FHC, incluindo aí a defesa intransigente das estatais do setor elétrico, seja contra a privatização e precarização do trabalho, seja contra a má gestão praticada por governos corruptos e descompromissados com a sociedade.
Registra-se, contudo, que essa participação ativa nas lutas estratégicas da classe trabalhadora não se deu de forma desarticulada com as lutas mais imediatas da categoria, em âmbito nacional e local, sempre voltadas para a ampliação de direitos, para novas conquistas e avanços nos acordos coletivos de trabalho.
Sem dúvida, o amadurecimento político e a atuação firme e combativa dos urbanitários nesses vinte e cinco anos renderam credibilidade e respeito ao STIU-DF, o que acabou contribuindo também para o fortalecimento de sua estrutura e organização interna, sendo destacável o caráter democrático de seu Estatuto Social, a consagração da assembleia geral como órgão máximo de deliberação da categoria, a direção colegiada e a reconhecida transparência na política de finanças.
Porém, o resgate das lutas e conquistas neste importante momento da história do STIU-DF não pode servir apenas à comemoração. Sabemos que não há vida fácil para os trabalhadores no capitalismo, sendo os desafios colocados para o futuro ainda maiores dos que os já superados.
No plano estratégico, é preciso que os trabalhadores estejam organizados, mobilizados e preparados para enfrentar os ataques articulados pelo capital em crise e executados pelos governos “fantoches” de direita, pois a pressão contra o emprego e a renda, as reformas na legislação trabalhista e previdenciária e a repressão contra os trabalhadores certamente seguirão em pauta nos próximos anos.
Quanto às lutas específicas, o fortalecimento das estatais do setor elétrico, o fim da discriminação de trabalhadores, a consolidação das conquistas e ampliação de direitos, bem como a gestão democrática nas empresas e nos fundos de pensão, apresentam-se como as principais bandeiras dos urbanitários, ensejando a continuidade de enfrentamentos que, embora já tenham proporcionado alguns avanços, tendem a ser longos e difíceis.
No plano da organização interna, não há dúvida de que o grande desafio a ser enfrentado pelos urbanitários do DF é a formação e renovação de lideranças. Somente por esse caminho seremos capazes de ultrapassar outra quadra da história com um legado tão significativo quanto o alcançado nesses vinte e cinco anos, permitindo que esse orgulhoso passado se transforme na principal alavanca para novas lutas e conquistas.