O índice de renovação na Câmara dos Deputados foi de 53,4% na eleição que aconteceu neste domingo (7). Dos 513 parlamentares, 274 são nomes novos. Porém, uma parcela significativa dos eleitos defende ideias retrógradas como pena de morte, redução da maior idade e armamento da população. Além de retirada de direitos.

No Senado, a renovação foi ainda maior. Dos 32 senadores que tentaram renovar seus mandatos, apenas oito conseguiram. Nomes tradicionais da política como Cristóvam Buarque (PPS-DF), Romero Jucá (MDB-RR), Eunício Oliveira (MDB-CE), Magno Malta (PR-ES) e Roberto Requião (MDB-PR) não foram reeleitos. Assim como na Câmara, uma parcela significativa defende pautas retrógradas.

A onda conservadora foi puxada pelo candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), defensor da ditadura civil-militar (1964-1985), do extermínio de adversários políticos, assim como mantém posicionamentos racista, machista e homofóbico.

A nova composição da Câmara dos Deputados, que assume no dia primeiro de fevereiro de 2019, será ainda pior do que a atual, que aprovou a terceirização irrestrita, a reforma trabalhista e o congelamento dos investimentos por 20 anos em áreas sociais como saúde, educação, cultura, etc.

Dependendo de quem for o novo presidente da República, propostas como reforma da previdência e privatizações retornarão à ordem do dia.

O economista do candidato Jair Bolsonaro (PSL), Paulo Guedes, que é banqueiro, já defendeu a privatização de todas as estatais, assim como a reforma da previdência de Temer. Nesta proposta, os trabalhadores terão que adquirir 49 anos de contribuição para poder se aposentar com o benefício integral.

Já o programa de governo Fernando Haddad (PT) não fala em privatizações, mas em fortalecimento das empresas públicas. No caso da previdência, o candidato não vê urgência em tratar o assunto, mas sim em criar novos empregos e aumentar a receita.