O toma lá da cá do governo Temer não tem mais nenhum limite nem pudor. Se é que algum dia teve. Agora, a nova estratégia para tentar aprovar a reforma da Previdência é liberar R$ 10 bilhões para que obras sejam finalizadas em redutos eleitorais de quem votar a favor da proposta para garantir a reeleição dos parlamentares. A denúncia foi feita pelo jornal Folha de SP nesta quarta-feira (10).

Segundo a reportagem, assessores de Temer dizem que essa nova estratégia será “uma das armas para pressionar o Congresso na volta do recesso”, que está de férias até o dia 31 de janeiro. A previsão do governo é colocar a proposta em votação no dia 16 de fevereiro.  Veja como são as regras propostas pela equipe econômica do governo.

Uma das alegações da equipe econômica de Temer para reformar a Previdência é que há déficit na Previdência e ele será de R$ 181,2 bilhões em 2017. No entanto, entidades e especialistas contestam os números e defendem que o suposto déficit é fabricado pelo próprio governo, que retira 30% da receita da Previdência por meio da Desvinculação das Receitas da União (DRU), pelas isenções a empresas e pelo perdão apenas dos juros e multas de dívidas tributárias de empresários e banqueiros foi de R$ 176 bilhões nos últimos 10 anos.

Segundo o governo, os R$ 10 bilhões destinados para bancar as obra de redutos eleitorais dos parlamentares que votarem a favor da proposta sairão “da economia gerada em 2018” caso a reforma seja aprovada.

Mas para o dirigente sindical do STIU-DF, Wandyr de Oliveira, existe uma contradição enorme no discurso do governo. Segundo ele, cada vez mais fica claro que o objetivo da reforma não é superar o déficit que não existe, mas sim bancar caprichos e privilégios dos mais ricos do Brasil.

“Se antes não havia lógica no discurso do governo para reformar a Previdência, agora está evidente que um dos propósitos da reforma é garantir a reeleição de boa parte dos parlamentares corruptos do Congresso Nacional. Não podemos aceitar isso. Brasília tem oito deputados. Precisamos ficar atentos no voto de cada um desses parlamentares para não reeleger quem votar contra a classe trabalhadora”, defende Wandyr.