“Esse governo não vai vencer”, a frase do deputado Zé Carlos (PT-MA) foi pronunciada no lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Eletronorte e Eletrobras. Na quarta-feira, 29, dezenas de trabalhadores e parlamentares estiveram na Câmara dos Deputados para participarem do evento e denunciar o severo ataque do governo federal às empresas públicas do setor elétrico brasileiro.

Na ocasião, o deputado ressaltou que os argumentos do governo para justificar a venda da Eletrobras e suas controladas são falaciosos. Ele disse ainda que a mobilização dos urbanitários não será em vão. “Vamos ter que convencer parte da base do governo e a sociedade que foi enganada por esse governo. São oito frentes parlamentares que dizem não a privatização, e nós vamos conseguir”.

O Senador Hélio José (Pros-DF) disse que o Congresso não pode permitir o prosseguimento do processo de privatização. “A Eletronorte é patrimônio do povo brasileiro”, enfatizou.
De acordo com o dirigente sindical, Wellington Diniz, “a Eletronorte se instalou aonde ninguém ia se instalar foi ao norte do País para melhor atender o País. A privatização atinge principalmente a população mais pobre dessa região. Vamos lutar para não deixar isso acontecer”.

Para a secretaria de energia da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU) a ausência de uma empresa estatal do porte da Eletrobras tem impacto negativo no orçamento de pesquisa e desenvolvimento das universidades públicas brasileiras, assim como sobre inúmeras outras empresas e instituições envolvidas com a formação de profissionais e o desenvolvimento de pesquisas no ramo de energia elétrica.

“Não há dúvida que a privatização da Eletrobras é um desastre à engenharia nacional, pois nada mais será feito por aqui, uma simples planta de energia elétrica, seja de sistemas elétricos, mecânicos ou civil poderá ser elaborada na Ásia ou Europa. Assim como, empresas e governos estrangeiros terão o controle dos projetos, instalações e fontes de energia, as quais são fundamentais para o suprimento de energia do país; ou seja, vender a Eletrobras significa entregar aos países estrangeiros o controle da geração, transmissão de Energia, a engenharia elétrica nacional. Por isso que defender Eletrobras estatal é lutar pela soberania nacional”, observou Antezana.

Como subsidiária da Eletrobras, a Eletronorte responde por cerca de 20% da capacidade de geração da Holding, com 9.520 MW de potência, e por cerca de 20% das linhas de transmissão, com 13.849 km. Além disso, a Eletronorte ainda participa da construção de diversos outros empreendimentos de geração e transmissão, principalmente na região Amazônica.

No estado do Pará são desenvolvidos os programas PIRTUC e PPDJUS, na região de influência da barragem da UHE Tucuruí, com uma série de ações voltadas para as populações locais e a preservação ambiental, num montante de R$ 360 milhões em 20 anos, além das ações voltadas especificamente aos atingidos por barragens, como o Programa Social aos Expropriados – PROSET. A barragem de Tucuruí serve, também, para abastecimento de água, irrigação, lazer, comércio local e transporte hidroviário (com as maiores Eclusas do mundo).