Para beneficiar o mercado financeiro, o governo de Michel Temer colocou a Eletrobras e suas subsidiárias na mira da privatização. Com o auxílio do Ministério de Minas e Energia, a maior estatal elétrica da América Latina poderá ser entregue ao capital privado por um décimo de seu valor.

Em defesa das empresas públicas do setor elétrico, entidades sindicais que representam os trabalhadores e trabalhadoras do sistema Eletrobras lançaram em setembro a campanha nacional Energia Não é Mercadoria, que tem como objetivo barrar a tentativa de privatizar as empresas estatais de geração, distribuição e transmissão de energia.

Para subsidiar a discussão sobre o tema, os sindicatos que compõem o Sindinorte lançaram, nesta semana, uma cartilha que desmistifica os falsos argumentos do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, e do presidente da Eletrobras, Wilson Pinto. Eles argumentam que a empresa é ineficiente e deficitária, no entanto, esquecem de mencionar o papel que a estatal exerce para o desenvolvimento econômico e social do país.

A cartilha trata da segurança energética, soberania nacional e redução do risco Brasil. De acordo com o material, a perda de controle da Eletrobras (responsável pela geração de 31% da energia consumida no país e por 47% das linhas de transmissão), seja pela privatização, venda de ativos ou ações, terá como consequências incontestáveis: o aumento da tarifa de energia elétrica, grave risco à segurança energética do país, enfraquecimento da soberania nacional, perda de competitividade de nossa economia no cenário internacional, além de não resolver o problema de endividamento do governo.

O documento aponta que o setor privado não tem condições ou interesse em garantir a oferta de energia. “Essa foi a aposta errada que resultou no chamado “apagão” de 2001, que na verdade foi um rigoroso racionamento de energia elétrica, com pesadas multas, redução da produção e consequente queda no PIB. (…) Esse erro não pode se repetir. Ficou claro que deixar por conta do mercado a responsabilidade sobre a necessária expansão no sistema elétrico é uma ilusão”, afirma.

Confira a cartilha na íntegra: Cartilha – Defesa da Eletrobras Pública