IELN

 

Há séculos o fenômeno de aproximação entre a classe média ‘’melhorada’’ – a chamada burguesia – e os poderosos e detentores do poder é conhecida como Capatazia. Um sonho para os mais fracos e um trunfo para os mais fortes.

Essa união sempre se deu com o mais fraco, evidentemente, virando massa de manobra dos detentores do poder. É o preço que o burguês paga para fazer parte do poder, ou mesmo comparecer aos salões junto com os ricos e poderosos.

O burguês vira o capataz dos poderosos, submetendo-se a realizar os “trabalhos sujos”. É isso o que estamos vivendo em Furnas !

Técnicos com mais de 30 anos de bons serviços prestados a Furnas estão sendo cooptados, recrutados pelos donos do poder (em nosso caso, o ministro Edison Lobão e o deputado Eduardo Cunha, representados em Furnas pelo Sr. Boris Gorenstin), para servirem de capatazes na empresa.

Atraídos por melhores salários, maior poder e mais proximidade com os poderosos, eles vêm se prestando a tristes papéis, manchando de forma definitiva a história profissional que construíram. São, no mínimo, “comprados”.

Senão, vejamos:

Presidente Nadalutti: vai realizar a sua maior missão agora em Furnas – a entrega do nosso Fundo de Pensão nas mãos de deputado Eduardo Cunha.

– 30 anos de trabalho em Furnas, bom técnico, chamado para administrar Furnas, açodado pelo poder, aceitou o chamado do “PMDB corrupto” (assim chamado por um dos fundadores do partido, o senador Jarbas Vasconcelos), mas se esqueceu de que não tem a menor condição de ser político. Quem o conhece sabe que ele não gosta de diálogo e, portanto, não pode ser político. Resultado: mau relacionamento na empresa por se achar acima do bem e do mal, é o capataz do deputado Eduardo Cunha. O poder lhe subiu tanto à cabeça, que ele se esqueceu de que está em condições de se aposentado e ser prejudicado com a futura falência do nosso Fundo, cuja grande parcela de culpa caberá a ele mesmo.

Assistente Bezerra: também com cerca de 30 anos de trabalho. Convidado para ser o assessor da presidência, sua função é botar “panos quentes“ nas bobagens que fala o presidente Nadalutti e consertar os estragos feitos. É o capataz do presidente Nadalutti e a sua maior função agora é fazer parte do jogo da FRG, para o deputado Eduardo Cunha e seu grupo conquistarem a maioria de votos no Conselho Deliberativo da Fundação.

Victor Albano: está também há aproximadamente de 30 anos na empresa. Angolano, funcionário de carreira, ganhou alguns cargos de chefia porque “estava no local certo na hora certa”. Se não se prestasse ao papel de capataz do presidente Nadalutti, o máximo que chegaria a ocupar na empresa seria um cargo de superintendente.

Eduardo Henrique: funcionário de carreira, quase 30 anos de serviços, bom técnico, também virou chefe por “estar no lugar certo na hora certa”. Açodado ao virar chefe, deve estar exultante com a nova missão de capataz do presidente Nadalutti.

Wilson Neves: foi empregado de Furnas até a cisão da área nuclear da empresa. Transferido para a Eletronuclear desde a sua criação, sempre foi um bom e fiel funcionário de carreira. Habituado a votar a favor dos participantes, acabou, no entanto,  sendo cooptado (ainda não conseguimos descobrir qual foi o seu preço) e a sua missão é a entrega da gestão da FRG ao ministro Edison Lobão e ao deputado Eduardo Cunha. É capataz do presidente da Eletronuclear, mas, dizem as “más línguas, é na verdade capataz do Pedro Figueiredo.

Ministro Edison Lobão: é difícil acreditar que um ministro de Estado, cargo tão importante e estratégico dentro do Governo, esteja tão interessado em nosso Fundo de Pensão. Somente agora, pouco mais de um ano depois, é que conseguimos entender o porquê da “ingênua” pergunta do ministro Lobão na primeira reunião com o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), representando todos os trabalhadores do País, logo após sua posse na pasta de Minas e Energia. Na ocasião, o ministro perguntou o que achávamos da gestão da FRG, questionamento inadequado para aquele momento. Será que o ministro Lobão é capataz do deputado Eduardo Cunha? 

Ao longo das últimas administrações de Furnas (Conde e Nadalutti), cujos presidentes capatazes serviram e servem ao deputado Eduardo Cunha, foram nomeados sete conselheiros e seis renunciaram, o que não os coloca no céu, pois tinham a intenção de servir aos seus nomeadores. Só não conseguiram porque algumas nomeações ocorreram de forma bizarramente erradas, e outras conseguimos sustar com nossa mobilização, evitando esse golpe por, pelo menos, três vezes.

Os trabalhadores acostumados a ler os nossos informes devem estar estranhando a linguagem forte, mas saibam que não estamos felizes por isso! Estamos, sim, tristes com os papéis desempenhados por esses empregados de Furnas, que estão jogando no ralo o futuro das nossas famílias, depois de tantos anos de trabalho, amor e sangue que demos à nossa empresa. Sangue que vamos derramar nesta luta, pois mesmo que esses capatazes assumam a gestão do nosso Fundo de Pensão, não vamos esmorecer!

Todos os trabalhadores estão mobilizados e dispostos a ir até às últimas consequências em defesa do nosso Fundo de Pensão! Fiquem atentos, pois daremos a nossa resposta!