Contra o desrespeito e o retrocesso, só mobilização e luta

O SINDINORTE convoca todos os companheiros da base da Eletronorte para a paralisação do  dia 8 de junho (segunda-feira), que acontece em todo o Brasil, como parte do calendário de mobilização da Campanha Nacional dos Eletricitários 2009. 

A paralisação é uma resposta e um aviso à holding Eletrobrás, que insiste em tratar as negociações com profundo desrespeito e tenta a todo custo impor retrocesso inaceitável às nossas conquistas. 

A gente aprende com a história. E nossa história ensinou muito claramente: contra o desrespeito e o retrocesso, só existe uma receita: mobilização e luta. E é isso o que faremos. 

Para refrescar a memória… 

O Coletivo Nacional dos Eletricitários entregou a Pauta de Reivindicações dos Trabalhadores à Direção da Eletrobrás no dia 15 de abril. 

A primeira rodada de negociação foi marcada pela enrolação escancarada da Eletrobrás, que parecia sequer ter lido a pauta dos trabalhadores. Os negociadores alegaram ainda não ter discutido as bases de negociação com o Governo, o que inviabilizava qualquer discussão concreta. O saldo foi apenas a prorrogação do acordo em vigor para 15 de julho. 

A 2ª rodada de negociação aconteceu no dia 27 de maio. Nova decepção. A Eletrobrás apresentou uma contraproposta marcada pelo retrocesso e o desrespeito absoluto às nossas reivindicações. Exatamente 47% das cláusulas respondidas foram negadas e 30%, segundo eles, estão em análise. 

O que mais chamou atenção foi o índice absurdo de 4,42% proposto como reajuste salarial, que sequer repõe a inflação do período e passa longe do ganho real que os trabalhadores garantiram nos últimos seis anos de negociação, ou seja, retrocede em um dos pontos mais caros para os trabalhadores, porque tem reflexo direto na sua qualidade de vida. E isso num momento em que a Eletrobrás tem lucro de mais de 5 bilhões de reais, a despeito da crise econômica, graças ao trabalho e ao compromisso de seus empregados. 

Retrocesso não!

A era FHC foi marcada por perdas salariais para todos os trabalhadores, inclusive para os eletricitários. Em 2003, devido à pressão dos trabalhadores e muita negociação, conseguimos virar esse jogo e, desde então, estabelecemos como uma das metas centrais da nossa luta a conquista de ganho real a cada Acordo Coletivo negociado (ver quadro), porque não se justifica que as empresas cresçam, lucrem e não dividam minimamente o bolo com os responsáveis por esse crescimento.

Agora, a Eletrobrás tem coragem de sentar à mesa de negociação e fazer a proposta inaceitável de repassar apenas cerca de 80% da inflação do período para seus empregados (76% em relação ao ICV-DIEESE e 80% em relação ao IPCA).

Não podemos abrir mão de conquistas que custaram muita mobilização e luta e amargar outra vez perdas salariais.

Dias 18 e 19 de junho haverá nova rodada de negociação.

Vamos mostrar nossa força! Temos um encontro marcado para 08 de junho na porta da empresa em cada Estado; vamos parar por 24 horas e exigir que a negociação seja tratada com seriedade e nossa Pauta seja levada a sério. Afinal, nossa trabalho é que faz a diferença no setor elétrico.

Veja na tabela a relação inflação x índice conquistado nos cinco últimos acordos coletivos (2003 a 2008)