ELN

A atual conjuntura que as empresas do sistema Eletrobrás estão atravessando tem deixado os trabalhadores muito indignados e apreensivos. A unificação das empresas do Grupo Eletrobrás é, sem dúvida, uma boa solução para o País e para a própria empresa, mas não deve acontecer em prejuízo dos seus trabalhadores. Muito pelo contrário! Se forem reduzidos os custos operacionais, eliminadas as concorrências entre as empresas do Grupo e solucionados alguns dos problemas estruturais de cada uma delas, tudo isso deve se refletir em investimentos em seu maior patrimônio – os seus trabalhadores.

Esse clima de indignação e apreensão refletiu-se claramente na última assembleia realizada na Sede da Eletronorte, na qual os trabalhadores votaram pela rejeição da contraproposta da Eletronorte à nossa pauta específica de reivindicações. É verdade que foi uma assembleia dividida “exatamente” ao meio (201 votos contra e 198 votos a favor da contraproposta da empresa), mas em relação a uma questão muito clara: se a empresa é ou não merecedora da confiança dos trabalhadores. Sim, foi essa a questão fundamental que dividiu a categoria, pois o único questionamento foi a ausência de uma cláusula que respaldasse o compromisso verbal da Eletronorte de realizar um estudo de correção das distorções salariais. 

Quanto ao conteúdo da contraproposta, podemos dizer, sem nenhum risco de errar, que a grande maioria dos trabalhadores da Eletronorte acredita em duas coisas: 

1. a contraproposta da empresa trouxe avanços em relação a alguns pontos específicos; 

2. é de extrema importância que as distorções salariais da empresa sejam resolvidas de forma incontestável e definitiva, antes da implantação do PCR unificado do Grupo Eletrobrás, que fatalmente engessará as históricas e recentes injustiças da curva salarial da Eletronorte, que apresenta distorções em todos os cargos e funções e que, portanto, atinge todo o tipo de trabalhadores.

A Eletronorte, em várias ocasiões, tentou eliminar as distorções salariais. Entretanto, em nenhuma delas soube adotar um critério adequado e eficaz. Além disso, de tempos em tempos, a própria empresa acaba criando novas distorções, seja porque não tem um critério técnico e rigoroso de distribuição do mérito, seja porque adotou salários iniciais muito abaixo do mercado e dos pisos salariais das categorias profissionais.

Portanto, o ocorrido na Sede da empresa e em Roraima, e os fortes questionamentos em todas as regionais da Eletronorte, mostraram a gravidade desse assunto e o quanto ele se reflete no seu clima organizacional.

O momento é de reflexão e unidade. A correção das distorções salariais é um assunto de todos os trabalhadores da Eletronorte. O Sindinorte estará atento, cobrando reunião com a empresa, conforme compromisso firmado, para, juntos, definirmos diretrizes e critérios de correção da curva salarial.

Para setembro, por ocasião da reunião quadrimestral com a empresa, o STIU-DF proporá a todo Sindinorte a realização de uma campanha emergencial pelo fim das distorções salariais.

A luta continua!

 

Sindinorte aprova proposta da empresa

Conforme resultado apresentado no quadro ao lado, o Sindinorte aprovou por maioria, nas assembleias realizadas entre terça e quarta-feiras, a contraproposta apresentada pela empresa para a pauta específica negociada nesta data-base. As bases do Pará e Rondônia só apresentarão resultado conclusivo após suas últimas assembléias, que estão sendo realizadas nesta quinta-feira, e a base do Amazonas saiu do Sindinorte com a federalização da Manaus Energia S/A (Mesa). Entretanto, com a aprovação em 5 das 9 bases do Sindinorte, está aprovada a contraproposta da empresa. E como é regra no Sindinorte, todos acompanham a decisão da maioria. Desse modo, dá-se por concluída a campanha salarial de data-base 2009/2010 e fica suspensa a paralisação marcada para os dias 22 e 23 de julho (quinta e sexta-feiras). 

Entretanto, com dissemos acima, a luta não está encerrada. Travamos, todos nós, sindicatos e categoria, uma campanha salarial vitoriosa. Agora é cobrar da diretoria da Eletronorte o pleno cumprimento das decisões acertadas e dos compromissos firmados.