Um total de 95.130 eleitores votou nulo (1) no primeiro turno das eleições do Distrito Federal para governador. O número é equivalente a 6,13% de todos os votantes. O maior percentual de nulidade foi registrado na primeira zona eleitoral, na Asa Sul. A zona faz parte do oitavo maior colégio eleitoral, com um total de 107.784 votantes. Ao todo, anularam a escolha para chefiar o Executivo 7,19% dos eleitores nessa situação. Essa foi também uma das duas zonas em que o candidato Toninho do PSol apareceu à frente de Weslian Roriz (PSC) na votação. A outra foi a que reúne a Octogonal, o Cruzeiro e o Sudoeste, onde a quantidade de votos nulos somou 6,38%.

“A partir do momento em que Toninho declarou que votará nulo no segundo turno, isso não quer dizer que seus eleitores farão o mesmo e que essa faixa de votos crescerá. Se o candidato diz que votará nulo, ele dá a mensagem que seu eleitor está livre para escolher o próprio caminho. É difícil dizer como se comportará o eleitorado nesse caso”, considera o cientista político João Paulo Peixoto. Em contrapartida, a menor quantidade em percentual de votos nulos foi contabilizada na 21ª zona — o quarto maior colégio eleitoral na unidade da Federação, que abrange Samambaia e Recanto das Emas. Houve 5,52% de votos nulos. No local, reduto do ex-governador Joaquim Roriz, Weslian liderou em número de votos, ficando à frente de Agnelo Queiroz (PT) cerca de 15 pontos percentuais e garantindo a participação no segundo turno do pleito.

O especialista em políticas públicas da Universidade Católica de Brasília (UCB) Emerson Masullo acredita que a diferenciação na quantidade de votos nulos entre as regiões do DF está ligada ao nível de escolaridade da população. “A população das regiões mais carentes do DF ainda é um pouco vítima das políticas paternalistas desde que o governador deixou de ser biônico. Já a população da Asa Sul, que é mais escolarizada, ficou indignada com os últimos acontecimentos políticos e resolveu votar nulo, o que também não é bom, já que esse grupo acaba se omitindo”, analisa.

O DF registrou ao todo 1.550.765 votos para a eleição do chefe do Executivo local. O maior comparecimento de eleitores foi registrado na 3ª zona eleitoral, em, Taguatinga Norte. Lá, votaram 67.760 pessoas, o equivalente a 87,40% de todo o contingente aguardado. A zona faz parte do terceiro maior reduto eleitoral do DF e, com Vicente Pires, soma um eleitorado com 159.880 cidadãos. Na cidade, Agnelo registrou ampla vantagem sobre Weslian — 27,38% de diferença. Ao todo, como o Correio mostrou ontem, o petista venceu em 18 das 21 zonas e em 15 das que ganhou recebeu mais de 50% das escolhas válidas.

Ausentes e brancos
Em todo o DF, 283.177 eleitores não compareceram ao pleito, um total de 15,44% dos aptos a votar. A maior abstenção ocorreu registrada na 18ª zona eleitoral, que abrange Lago Sul, São Sebastião e Jardim Botânico. Um percentual de 18,67% dos eleitores não compareceu ao pleito. A zona, que integra o 12º colégio eleitoral do DF, com 61.796 votantes, também foi a que registrou o maior percentual de votos em branco — 4,51%. “Brasília é uma região de fluxo migratório muito intenso, isso faz com que muitas vezes pessoas se abstenham de votar”, considera Masullo.

Na capital do país, 58.332 brasilienses votaram em branco para governador, o que representa 3,76% do total. A menor quantidade de votos branco, 3,28%, foi registrada em Brazlândia e zonas rurais.

1 – Sem preferências
Considera-se voto nulo aquele em que o eleitor manifesta sua vontade digitando na urna eletrônica um número que não seja correspondente a nenhum candidato ou partido político oficialmente registrados. O voto nulo é apenas registrado para fins de estatísticas e não é computado como voto válido, ou seja, não vai para nenhum candidato, partido ou coligação.

ROSTO NAS URNAS
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ainda não recebeu resposta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o pedido para que a foto da candidata Weslian Roriz (PSC) substitua a de seu marido no próximo dia 31, quando se realiza o segundo turno. Segundo o TRE, haveria tempo hábil para a troca, pois os equipamentos receberão, em 20 de 27 de outubro, nova carga de informações. O TSE ainda não respondeu ao pedido, porém o ministro Ricardo Lewandowski havia dito, após o primeiro turno, que não seria possível a substituição dos dados.

(Fonte: Noelle Oliveira, Correio Braziliense)