Este mês, a Lei Maria da Penha completou 11 anos de vigência e mesmo com inúmeras iniciativas dos poderes públicos e entidades não governamentais contra a violência da mulher, ainda sim os números assustam.

Em média, dez mulheres são estupradas todos os dias no Brasil. Adolescentes são as maiores vítimas. Segundo dados do Ministério da Saúde, o DF ocupa a 3ª colocação no ranking dos crimes de estupros coletivos. Só perde para o Acre e Tocantins. Segundo o levantamento, no ano passado foram registrados 3.526 casos de estupros coletivos no País.

Visando coibir e reduzir a violência contra a mulher diversas entidades se mobilizam todos os anos. A Polícia Civil do DF lançou o projeto “Lidera – Empoderar para Multiplicar”. A proposta oferece capacitação durante três dias para estudantes e profissionais de diversas áreas. O Grupo Mulheres do Brasil lançou este mês o 12º núcleo em Brasília. O grupo atua no combate a violência contra a mulher e a discriminação racial, incentivo ao empreendedorismo feminino, formulação de políticas públicas, educação, cultura, saúde, entre outros.

Com o mesmo intuito, o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) também realizará uma série de eventos nesta semana nos tribunais de justiça nos estados para promover o combate contra a violência à mulher. Este ano, a cerimônia de abertura será no DF. A psicóloga Maria Eveline Ramos ministrará a palestra “Violência na família” no auditório Sepúlveda Pertence, no Fórum de Brasília. A apresentação está prevista para começar às 16h30. Confira a programação nos outros dias.

A dirigente sindical do STIU-DF Fabiola Antezana entende que houve avanços no combate a violência contra a mulher e defende que iniciativas como essas deveriam ser constantes.  “Sem dúvida o Estado avançou bastante no combate à violência contra a mulher, no entanto, campanhas educacionais são necessárias para popularizar os direitos adquiridos pela Lei Maria da Penha”, aponta.

Fabiola defende também o funcionamento das Casas da mulher que estão inativas, o aperfeiçoamento das delegacias especializadas, assim como o amparo por parte das empresas às vítimas de violência. “O Estado deveria incentivar as empresas a colocarem em seus acordos coletivos, cláusulas de proteção e amparo às vítimas de violência doméstica”, aponta.