Mais uma vez, os reflexos do golpe parlamentar instaurado no país são presenciados em nova ação truculenta da Polícia Militar. Durante assembleia realizada nesta terça-feira (20) pelo Sindicato dos Servidores Públicos Federais no DF (Sindisep), o companheiro Oton Pereira, secretário geral da entidade, recebeu injustamente um mandado de prisão.

A mobilização pacífica que acontecia no tradicional espaço do servidor, localizado próximo ao Ministério do Planejamento, foi interrompida por agentes da PM. Eles alegaram que a assembleia era ilegal, por ser proibida a utilização de carro de som em frente a prédios públicos.

A CUT Brasília entende que a ação foi um desrespeito aos servidores que, há anos, realizam suas atividades no local.

Para o secretário geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, o acontecido foi um ataque proposital. “O que houve com o companheiro Oton é parte da criminalização dos movimentos sociais que está acontecendo, em especial, com o movimento sindical. Este é o mais claro reflexo do extremo período de exceção democrática que estamos vivendo. A violência por parte da polícia tem aumentado significadamente e pode ser vista nas últimas manifestações. Uma afronta a um de nossos companheiros e também contra toda classe trabalhadora”, afirmou.

Já para o secretário de Finanças da CUT Brasília, Julimar Roberto, é fundamental repudiar e não aceitar tais episódios. “O ato dos servidores foi legítimo. Estavam exercendo um direito e foram acuados desta maneira. A polícia fascista, a mando do governador Rodrigo Rollemberg, tenta a todo custo criminalizar o movimento. Em um país que se diz democrático é inadmissível impedir que trabalhadores utilizem os espaços públicos”, explicou.

Após prestar depoimento, o companheiro Oton foi liberado, porém foi autuado por desobedecer a uma ordem policial. “O Espaço do Servidor é um espaço tradicional de atos da classe trabalhadora e da categoria de servidores públicos federais. A proibição da realização da assembleia e a prisão de um dirigente sindical remete aos tempos da total falta de direitos políticos. São resquícios de uma ditadura mal resolvida e da existência de uma Polícia Militar como tropa de vigilância social ostensiva. A CUT Brasília reitera o posicionamento contrário a ação arbitrária da polícia, e reafirma que a luta contra retrocessos e a retirada de direitos continuará firme. Toda solidariedade ao companheiro Oton Pereira”, concluiu Rodrigo Rodrigues.

Fonte: CUT Brasília