O STIU-DF realizou na quinta-feira, 4, reunião com a diretoria colegiada da entidade sindical para analisar o impacto da terceirização no mundo do trabalho. Avaliou ainda a greve geral da classe trabalhadora realizada no dia 28 de abril, considerada a maior paralisação das últimas duas décadas.

O economista e técnico do Dieese, Samuel Nogueira, destacou que para salvar o modelo de acumulação capitalista, além do desmonte dos serviços públicos, novas formas de regulamentação do trabalho, como a terceirização e pejotização, surgem com a intenção da diminuição de custos na produção e intensificação da exploração dos trabalhadores.

Nesse contexto, a terceirização e outras formas de contratação que descaracterizam o vínculo de emprego proporcionam a desmobilização das greves, a desmobilização dos trabalhadores, a diminuição do passivo trabalhista e o enfraquecimento das entidades sindicais, favorecendo a estratégia patronal de super exploração com menor custo.

Nogueira ressalta que a regulamentação da terceirização significa que “milhões de empregos diretos migrarão para contratos terceirizados, quarteirizados ou pejotizados. Será o fim das atuais categorias de trabalhadores. Todos serão transformados em prestadores de serviços, com rendimentos menores, jornadas maiores e sem direitos trabalhistas”, aponta.

“Os trabalhadores terão sua capacidade de organização sindical esvaziada completamente, além do aumento significativo da rotatividade no emprego, da maior exposição a riscos de acidentes e mortes no trabalho”, enfatiza o técnico.

Greve Geral

Sobre a greve geral, que mobilizou mais de 35 milhões de pessoas, os dirigentes sindicais avaliam que a classe trabalhadora está disposta a barrar as reformas do presidente ilegítimo, Michel Temer.

Para o dirigente sindical, Victor Frota, a greve geral refletiu em todo o território nacional. “No Distrito Federal houve bloqueio das rodovias, piquetes nas portas das empresas e um ato na Esplanada. O objetivo é convocar uma nova paralisação e promover um acampamento na capital federal para pressionar ainda mais o Congresso Nacional a recuar com essas propostas”, disse Frota.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT)  e demais centrais sindicais lançaram um calendário de lutas em defesa dos direitos sociais e trabalhistas:

De 8 a 12 de maio:

▪ Manter comitiva permanente de dirigentes sindicais no Congresso Nacional para pressionar os deputados e senadores, além de atividades em suas bases eleitorais para que votem contra a retirada de direitos;

▪ Promover atividades nas bases sindicais e nas ruas, visando a continuidade e o aprofundamento o debate com os trabalhadores e a população, sobre os efeitos negativos para a toda sociedade e para o desenvolvimento econômico e social brasileiro.

De 15 a 19 de maio:

▪ Ocupa Brasília: conclamamos toda a sociedade brasileira, as diversas categorias de trabalhadores do campo e da cidade, os movimentos sociais e de cultura, a ocuparem Brasília para reiterar que a população brasileira é frontalmente contra a aprovação da Reforma da previdência, da Reforma Trabalhista e de toda e qualquer retirada de direitos;

▪ Marcha para Brasília: em conjunto com as organizações sindicais e sociais de todo país, realizaremos uma grande manifestação em Brasília contra a retirada de direitos.