Próximo de completar 60 anos de sua criação, Furnas, essa grande empresa continua com os seus velhos problemas de gestão de contratos, mesmo após a implantação de vários mecanismos visando melhorar o controle, a eficiência, a transparência e menor custo, as “coisas” continuam a acontecer.

No primeiro trimestre de 2016 as reclamações dos trabalhadores e trabalhadoras sobre a falta de depósitos do FGTS por parte da LIMPETOP aumentaram e, portanto, como representantes do Sindicato – STIU-DF, solicitamos uma reunião com a gerência do contrato – CSC-B, para averiguar as informações. O que nos foi relatado era que Furnas-CSC-B, estava ciente das reclamações, mas que não procedia, e que a empresa estava passando por problemas com outros contratos, o que gerou atrasos nos salários e benefícios, mas que já estava regularizando todos os pagamentos.

O mais absurdo dessa história é que os trabalhadores ao perguntar sobre a situação aos representantes de Furnas, ouviram que o contrato com a LIMPETOP estava sendo “aditado”, com vigência até janeiro de 2018, o que gerou expectativa de solução para os problemas e a manutenção do emprego por mais um bom tempo.

Mesmo com a lei da transparência, código de ética, ouvidoria entre outros, a dificuldade de acesso aos contratos continua muito difícil, parecendo que os mesmos contem cláusulas que não podem ser conhecidas por pessoas que não estejam ”ligadas” diretamente ou tenha relação com a gestão do mesmo ou o com o contratado.

Afirmamos isso, baseado na solicitação que o STIU-DF fez a Furnas para conhecer o teor do contrato com a empresa terceirizada LIMPETOP na área de asseio e conservação, onde há muito tempo os seus trabalhadores denunciam que a mesma não vem cumprindo com suas obrigações, tais como: Pagamento em dia dos salários, vales transporte e alimentação, férias e encargos sociais. E até hoje, NADA!

2017, ano novo, mas os velhos problemas continuaram e diante da ação do STIU-DF, os representantes de Furnas na gestão do contrato convidaram os trabalhadores para uma reunião, onde estranhamente estava presente um diretor do Sindicato de Asseio, Limpeza e Conservação no DF. Quem os convidou? Não podemos afirmar. Mas é muito estranho um gestor do contrato, está nesta reunião, isso é!

Para nossa surpresa, nem o Sindicato cobrou de Furnas e/ou da LIMPETOP a regularização dos pagamentos, nem Furnas e/ou LIMPETOP informaram ao sindicato e trabalhadores qual seria a solução para os atrasos e regularização do FGTS, mas enfatizaram que os trabalhadores não deviam reclamar para o STIU-DF, que não os representa, entre outras coisas mais.

E agora em 31 de janeiro de 2017, os trabalhadores recebem a noticia que o contrato encerrou e que todos estão demitidos.  Será que os gestores de Furnas vão garantir o pagamento das verbas rescisórias? Os depósitos do FGTS? E porque o aviso prévio está com data retroativa a 2 de janeiro de 2017 se os trabalhadores só ficaram sabendo da demissão no dia 01/02/2017?

Será que as pessoas que geraram expectativas, da prorrogação do contrato, da solução dos problemas, tem consciência dos problemas que essas pessoas demitidas, passam ter a mais, uma vez que foram “pegos” de surpresa? Provavelmente não irão se sentir culpados por nada, pois sempre dizem que: ”administram contratos”, como se nos contratos não existissem pessoas.

 

Aos trabalhadores, só resta aguardar a quitação, que a julgar pelos atrasos de pagamentos, recolhimento do FGTS e do aviso prévio com data retroativa, é possível prever o desfecho.