O golpe foi dado. Ontem, 12, tomou posse o presidente interino Michel Temer. Para os movimentos sociais e entidades sindicais nasce ilegítimo esse novo governo, oriundo de um golpe parlamentar, jurídico e midiático. Em seu primeiro discurso, o presidente interino disse ao que veio, um projeto econômico fundamentado no alinhamento total com o mercado que tem como base a desestatização das empresas públicas e a flexibilização das leis trabalhistas.

Temer disse que é preciso melhorar o ambiente de negócios no país para o setor privado. Além disso, ressaltou que o governo concentrará esforços nas áreas de segurança, saúde e educação, “o restante terá que ser compartilhado com a iniciativa privada”.

Nesse “restante” está incluído o setor elétrico e petrolífero, que desde 2012 vem sofrendo ofensivas para o desmantelamento das empresas estatais. O Plano Nacional de Desestatização (PND), o Projeto de Lei do Senado 555/2015, que autoriza a venda de ativos das empresas e o PL 131/2015 que retira a Petrobras como operadora única do pré-sal são projetos que visam o sucateamento e a entrega do patrimônio brasileiro ao capital privado.

Retrocesso

Michel Temer reduziu de 32 para 24 o número de pastas na Esplanada dos Ministérios. Com a medida provisória 726/2016, na função de vice-presidente, Temer extinguiu a Secretaria de Portos da Presidência da República, a Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, a Controladoria-Geral da União, o Ministério da Cultura, Ministério das Comunicações, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e a Casa Militar da Presidência República.

Dentre os órgãos excluídos, o da cultura, comunicações e o das mulheres, da igualdade racial e dos direitos humanos significam um retrocesso político e social. Além disso, a falta de representação das mulheres, negros, e LGBTs nos ministérios e demais órgãos expressam a falta de comprometimento com políticas públicas para as minorias.  Destaca-se que, não haverá nenhuma representante feminina ocupando um cargo no Executivo Federal. Os casamentos ministeriais, como educação e cultura mostram o desprezo e descompromisso por estas duas áreas.

Neste cenário, não há alternativa senão lutar contra esses golpistas. Com firmeza ideológica, é o momento de resgatar a luta de classes e despertar a consciência coletiva, pois, tempos difíceis estão por vir.