Revolta e decepção. Foram esses os sentimentos das lideranças sindicais e sociais diante da decisão do governo em manter a privatização da Celg, distribuidora de energia de Goiás. A reunião, que aconteceu nesta segunda-feira primeiro, no Palácio do Planalto, deveria ter sido com os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini. Mas novamente foi feita com auxiliares dos ministros.

As lideranças tentaram adiar a audiência pública prevista para a próxima quarta-feira (3) em Goiânia, quando o edital da venda da Celg deve ser formalizado. Se isso acontecer, os sindicatos do setor elétrico e os movimentos sociais como o MAB e MST prometeram que vão romper, definitivamente, com o governo Dilma.

“O que está sendo feito aqui é inaceitável e ao que parece, trata-se de uma ruptura com os movimentos sociais e sindicais do setor elétrico. Assim como enfrentamos a direita em 2015, vamos enfrentar o governo se essa audiência for adiante”, disse o vice presidente de Energia da FNU, Nailor Gato.

A deputada Érica Kokay destacou que impossível defender o que estão fazendo com o setor elétrico. “Achávamos que essa ideia de privatização estava superada e que isso era coisa do passado, nos governos de FHC, mas estamos vendo que não”, lamentou.

Para o membro do Conselho Político da CNU, David Oliveira, que também falou em nome da Federação Centro-Norte e do STIU-DF, a decisão de privatizar a Celg é frustrante. “É triste e revoltante ver essa onda privatista no governo. Não foi para isso que ajudamos a eleger este governo”, desabafou.

Ao secretário Executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Luiz Eduardo Barata, que também participou da reunião, David perguntou se havia por parte do governo o interesse de abrir o capital de Furnas, como anunciou o presidente da empresa, Flávio Decat. “Não há essa tratativa no Ministério”, disse.