
Após grande protesto nesta terça-feira (12), na Praça dos Três Poderes e em frente ao Ministério de Minas e Energia (MME), dirigentes sindicais e representantes de movimentos sociais forçaram um encontro com o ministro chefe em exercício da Secretaria de Governo da Presidência, Luiz Azevedo. Na reunião, trataram do processo de privatização do setor elétrico.
As lideranças sindicais queriam ouvir do governo federal algumas palavras de empenho contra a privatização da Celg, empresa de distribuição de energia em Goiás. Mas como o ministro Ricardo Berzoini está de férias, ficou acertado que o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, receberá as lideranças do movimento no dia 19 de janeiro.
O edital para a privatização da Celg está previsto para sair na 2ª quinzena de fevereiro e se não for suspenso, o leilão deve ocorrer na primeira semana de março. “A venda da Celg não vai resolver o problema de caixa do governo. A presidente Dilma pode enfrentar essa questão sem privatizar a empresa”, defenderam os sindicalistas.
“Estamos aqui fazendo essa cobrança à Dilma porque ajudamos a elegê-la. E há bem pouco tempo estávamos aqui defendendo o governo contra o golpe e agora ela parece estar virando as costas pra gente”, questionou Maria dos Anjos do Movimento dos Sem Terra (MST). “Ou a Dilma diz o que quer da gente, se posicionando contra a privatização, ou não iremos mais defender esse governo”, acrescentaram os sindicalistas.
A deputada Érika Kokay (PT-DF) destacou que a discussão sobre a privatização estava superada nos dois governos Lula e no primeiro governo de Dilma. “É uma incoerência muito grande retomar esse discurso agora, ainda mais num momento de fragilidade, com ameaça de golpe. Não tem porque o governo puxar esse assunto que não interessa a ele”, disse. “Deveríamos criar um fórum de discussão com a academia e outros entes interessados para aprofundarmos essa questão”, defendeu a deputada.
