CEB propõe menos direitos e arrocho salarial

A direção da CEB tem levado a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho da categoria eletricitária como uma brincadeira. Todas as cláusulas do acordo vigente foram conquistadas em anos de enfrentamento, greves e paralisações.  Agora, a empresa pretende retirar e congelar os benefícios dos cebianos com o discurso da dificuldade financeira da Companhia.

No entanto, uma situação ruim, tal como a descrita pela CEB, não se cria da noite para o dia. Neste caso, há total responsabilidade da [má] gestão da empresa. É inaceitável a CEB jogar todo o ônus dos “custos e despesas acima do nível aceitável pela ANEEL” em cima dos trabalhadores. Reiteramos que o cenário apresentado não é responsabilidade dos trabalhadores, pois estes são os que carregam a empresa nas costas. Lembramos que, ano após ano, o discurso é sempre o mesmo, mais empenho e compreensão dos trabalhadores pelo momento difícil que passa a empresa.  Mas quem compreende o trabalhador que todos os dias coloca a sua vida em risco?

Em relatório da Aneel foi reconhecido o esforço da empresa [leia-se trabalhadores] em melhorar os serviços ao cidadão. A Agência destacou que o desempenho foi melhor que o previsto, ou seja, a categoria tem se esforçado para o fortalecimento da CEB.

Nesta quinta-feira (15), na terceira rodada de negociação não houve avanços. A empresa quer retroceder a todo custo.  Na proposta da CEB, conquistas históricas como as cláusulas 29º e 49º,  que tratam das Ausências Justificadas e Pacto de Valorização Produtiva, respectivamente, deverão ser extintas do ACT.

Além disso, a Comissão de Negociação da CEB negou a aplicação do INPC em todas as cláusulas econômicas, ou seja, o trabalhador não vai conseguir recuperar a parcela do salário corroído em função do processo inflacionário. Para piorar, a empresa apresentou uma nova concepção de proposta para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), com a distribuição fracionada em linear e proporcional.

Para o STIU-DF fica evidente a estratégia da empresa em promover a fragmentação da categoria. Neste caso, a PLR será usada pela direção da CEB como um instrumento para desmobilização da luta por um acordo justo e com avanços, uma vez que alguns trabalhadores receberão um pouco a mais em detrimento de outros.

Na  segunda rodada de negociação foram consensadas as seguintes cláusulas: 13º, 14º, 15º, 17º, 21º, 22º, 24º, 26º, 28º, 30º, 31º, 32º, 33º, 34º, 35º, 36º, 37º, 38, 39, 40,º 41º,42º, 43º, 44º, 47º, 48º e 51º, todas sem impacto financeiro. Já na terceira reunião apenas as cláusulas 11º, 46º e 52º foram aceitas.

O STIU-DF reitera a defesa pelo fortalecimento e equilíbrio econômico-financeiro da CEB, mas não admite que a empresa venha arrancar direitos dos trabalhadores garantidos através de muita luta.

Agora é a hora da categoria da CEB mostrar a força coletiva que possui, somente com mobilização e unidade temos possibilidade de vencer e conquistar um acordo justo.

 

 


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