Quem acompanha as negociações do CNE com a direção do Sistema Eletrobras tem a consciência da sua complexidade, porém, o mais importante nunca faltou: a vontade  de negociar até o último instante. Foi com essa postura que o coletivo sempre pautou sua atuação, a de apostar no diálogo, foi assim que muitas conquistas foram alcançadas. As direções que passaram pelo Sistema Eletrobras, apesar de todas as contradições, sempre se colocaram abertas ao debate com o CNE.

A atual direção do Sistema Eletrobras, vai na contramão do que sempre  aconteceu, ao  se  negar em discutir com o CNE o acordo coletivo  de  trabalho. Com apenas 3 rodadas de negociação, já sai de cena e provoca a intermediação  do  Tribunal  Superior  do Trabalho para negociar o ACT da categoria,  com  uma  audiência  já marcada para o dia 31 de agosto.

Tal fato demonstra o caráter omisso dessa direção, totalmente despreparada para a gestão de uma empresa do porte da Eletrobras.

Esse descaso ficou bem evidenciado na manhã do dia 27 de agosto, quando estava marcada mais uma rodada de negociação no Rio de Janeiro. Repentinamente a direção da Holding simplesmente  decidiu  que  não  haveria  mais  a reunião. Isso horas antes do seu início, não levando em conta que dezenas de sindicalistas de várias regiões se deslocavam para a sede da empresa. Tendo grandes gastos de passagem e hospedagem.

Diante da posição arrogante da Eletrobras, o CNE se dirigiu a sede da Eletrobras e ocupou o andar da diretoria, forçando a realização da negociação. Com a pressão o Presidente José da Costa e o Diretor de Administração, Alexandre Aniz, resolveram receber um grupo de 15 sindicalistas. Na oportunidade os trabalhadores reapresentam sua a proposta, colocando também alternativas visando a retomada das negociações. Foram horas de espera, o chamado “chá de cadeira”, para no final da noite sair a informação de  que  a  proposta  indecente  e  rebaixada  da  empresa  não mudaria.


Diretor de administração não cumpre compromisso

A resposta do Diretor de Administração, Alexandre Aniz, de manter uma proposta indecente de ACT, revela bem sua postura dúbia que se arrasta desde a negociação da PLR. Em dado momento afirma uma coisa, e depois diz que não é bem assim, uma espécie de amnésia. No dia 19 de agosto, em Brasília, o mesmo assumiu o compromisso de pagar a inflação retroativa a maio e fazer melhorias no tíquete, aplicando o índice acima da inflação.

Durante a reunião o CNE cobrou a direção da Holding para que cumprisse o seu papel institucional, de continuar as negociações e não se colocar nas mãos da Justiça do Trabalho uma atribuição dos gestores da Eletrobras. O apelo foi em vão, pois para atual direção é mais fácil judicializar o ACT do que se empenhar para buscar uma saída. Para o coletivo tal postura revela a fraqueza e a falta de compromisso do diretor de administração e do presidente da Holding.


DINHEIRO PARA O ACORDO NÃO TEM, MAS OS ARTIGOS 37 SE ESPALHAM PELA HOLDING

Pelos corredores do Sistema Eletrobras eles circulam sorridentes e poderosos, com altos salários os chamados artigos 37, pessoas indicadas através de padrinhos políticos, para ótimos cargos comissionados dentro das empresas, representam um alto custo para a Holding. São gastos milionários.

Mesmo com a direção da Eletrobras repetindo que não tem condições financeiras para atender a pauta dos trabalhadores, os gastos com os artigos 37 não cessam. Ou seja, pode faltar dinheiro para dar dignidade a cada companheiro que dá uma vida inteira pela Holding, mas para pessoas que estão somente de passagem não existe economia de recursos.

Em meio à crise política que abala o país, o governo Dilma vem sendo fortemente afetado pela direção da Eletrobras, o chamado “fogo  amigo”, pois esta não  prioriza  a  negociação  com  os  representantes dos Trabalhadores,  a  todo  o  momento  ameaça  levar a negociação para os Tribunais. Trata-se de uma diretoria que é valente contra a categoria, mas são cordeirinhos com os artigos 37, se querem cortar gastos, porque não os exoneram? Por que não rescindem os contratos das “consultorias”?

Com certeza ao fazerem essas ações, a economia seria muito grande, e estaria sendo coerente com os discursos oficiais. Então, por que não fazer? Será que existem outros interesses? Com a palavra a Diretoria da Eletrobras e o Governo Dilma.

Para nós não existe outra saída: fora direção da Eletrobras!


NOVIDADE NA ELETROBRAS: EXPEDIENTE PARLAMENTAR

Os trabalhadores do Sistema Eletrobras cumprem regiamente sua jornada de trabalho, prova disso é a robustez do sistema elétrico, mesmo diante de uma grave crise no setor. O mesmo não se pode falar de alguns gestores da Holding, que inauguraram o expediente parlamentar, chegam na quarta para trabalhar e voltam na quinta para seu estado de origem. Uma vergonha.

Para o CNE a crise da Eletrobras se dá por razões estruturais, é preciso ter gestores compromissados com o Sistema, capazes de pensar a Holding como um todo, valorizando seus trabalhadores. A grave situação de hoje poderia ter sido evitada se houvesse uma maior responsabilidade na hora de se nomear os gestores. Carreiristas  e  oportunistas de  plantão não deveriam ter tido espaço na gestão de um setor tão estratégico para o país. É hora de mudança na estrutura da Eletrobras.


PARALISAÇÃO NACIONAL DIA 31 DE AGOSTO CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DAS DISTRIBUIDORAS DE ENERGIA DA ELETROBRAS

Os trabalhadores das 7 distribuidoras de energia da Holding (Eletrobras Piauí,  Eletrobras  Alagoas, CELG,  Amazonas  Energia,  Eletrobras  Acre,  Eletrobras Roraima, Eletrobras Rondônia), vem convivendo diariamente com o fantasma da privatização destas empresas. Para impedir esse crime de lesa pátria, o CNE estará realizando, em parceria com os sindicatos, o Dia Nacional de Paralisação, nesta segunda-feira, dia 31 de agosto.

É fundamental a participação de todos para pressionar a Eletrobras e o Governo, alertando também a sociedade para importância de se manter essas empresas públicas, capazes de continuar oferecendo um serviço de qualidade para a população.

É bom alertar que hoje o alvo são as distribuidoras, amanhã essa política privatista pode espalhar por todo o Sistema Eletrobras. O resultado todos os trabalhadores já conhecem: demissões em massa, precarização, terceirização, tarifas exorbitantes e a queda na qualidade dos serviços para sociedade.


DIAS 01 E 02 DE SETEMBRO PARALISAÇÃO POR 48 HORAS

Os trabalhadores do Sistema Eletrobras vão paralisar suas atividades por 48 horas, nos dias 01 e 02 de setembro. Essa estratégia de luta é um protesto contra o descaso da direção da Eletrobras, que apresentou uma proposta indecente para a categoria, sem ao menos garantir o ganho real.

Essa proposta rebaixada mostra o quanto a direção da Holding ignora a categoria, não levando em consideração todo esforço para manter a empresa em um patamar de alto nível.

A Judicialização do processo negocial imposta unilateralmente é condenável, portanto, os trabalhadores vão dar a sua resposta com luta.

O CNE convoca cada trabalhador a participar da mobilização. Vamos mostrar toda nossa insatisfação nos dias 01 e 02 de setembro. Participem!


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