Os trabalhadores e trabalhadoras da CEB, Caesb e BRB lotaram de novo as galerias e o plenário da Câmara Legislativa nesta quarta-feira (17) para reivindicar o arquivamento ou a retirada do PL 467/15, de autoria do GDF, que propõe a venda de ações das empresas públicas de Brasília, abrindo caminho para privatizações.

Outra vez, o projeto foi bastante criticado na audiência pública. Vários parlamentares se posicionaram contrários ao projeto e pediram que o governador Rollemberg retire a proposta da Casa. Até o representante da Secretaria de Planejamento do DF, Renato Brown, admitiu que “abrir o capital (das empresas públicas) pode não ser o melhor momento”, disse. Na audiência da semana passada, o líder do governo também fez críticas a proposta.

Sindicalistas e parlamentares defenderam que em nenhum momento a venda de empresas públicas seria interessante. Especialmente porque água e energia são pilares de sustentação da qualidade de vida da população e por isso não devem ser objeto de especulação financeira.

Os participantes também reclamaram da falta de diálogo entre governo e trabalhadores e que isso já era suficiente para que o GDF retire o projeto. “Ora, o projeto foi enviado em regime de urgência, então não adianta tentar falar que o governo quer discutir com a sociedade”, indagou o deputado Wellington Luiz (PMDB). O deputado Chico Vigilante (PT) questionou a ausência dos presidentes da CEB, da Caesb e do BRB. “Fugiram do debate”.

O diretor do STIU-DF, Jeová de Oliveira, destacou que se for preciso, os trabalhadores e trabalhadoras farão paralisações para que as empresas e o governo iniciem um diálogo com as categorias. “Vamos parar as empresas para rejeitar esse projeto nocivo aos trabalhadores e a sociedade”, disse. (Veja)

O ex-diretor do STIU-DF, João Carlos, eleito conselheiro Fiscal da Faceb pela categoria, apontou os investimentos de mais de R$ 700 milhões na CEB nos últimos anos, contratação de novos empregados e a preparação da assinatura da renovação da concessão por mais 30 anos. “É estranho exatamente agora, nesse momento produtivo, que o GDF venha com esse projeto privatista. Se o governo está realmente preocupado com o caixa da CEB, que pague os mais de R$ 120 milhões que deve. Nós vamos resistir a esse projeto”, disse João, sob aplausos. (Assista)

No fim da sessão, o deputado Wasny de Roure (PT), como presidente da Mesa, disse que na próxima segunda-feira (22) parlamentares de vários partidos vão se reunir com sindicalistas da CEB, Caesb e BRB para juntos elaborarem um documento a ser enviado ao governador Rodrigo Rollemberg, solicitando a retirada de tramitação do projeto de lei 467/15.