Duras críticas. Foi só o que recebeu nesta quinta-feira (11) o PL 467/15, de autoria do GDF, que viabiliza a venda de ações das empresas estatais, permitindo a privatização das empresas públicas de Brasília. As galerias da Câmara Legislativa já estavam lotadas de trabalhadores e trabalhadoras da CEB, Caesb e BRB quando a presidente da Casa, Celina Leão, abriu a Comissão Geral dizendo que era contra o projeto.

Pelo menos 13 parlamentares também se declararam contrários ao projeto e se comprometeram a votar contra o PL. Essa é a quantidade de votos necessários para arquivar a proposta. Após a 13ª manifestação contrária, Celina disse que a Mesa Diretora da Câmara Legislativa enviará ofício ao Buriti, solicitando ao governador Rodrigo Rollemberg que retire a proposta da Casa.

O deputado Wellington Luiz (PMDB) lembrou que em 2002, uma matéria parecida tramitou na Casa e foi rejeitada pelos deputados. Segundo ele, dois parlamentares não participaram da sessão, sendo que um deles era justamente Rollemberg. “Esse projeto já nasceu morto”, disse.

“Esse projeto aqui não passa”, defendeu o deputado Chico Vigilante (PT). “Eu quero estar aqui, caso esse projeto não seja retirado pelo governo, para ver a cara de deputado que votar a favor”, acrescentou.

O deputado Bispo Renato (PR), designado relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), disse que votará contra a proposta. “Nessa comissão o projeto não será aprovado”, garantiu.

Todos os 14 parlamentares que se manifestaram fizeram criticas ao projeto. Inclusive o líder do governo, Júlio Cesar (PRB), que apresentou emendas ao texto. A maioria dos parlamentares defendeu a retirada do projeto

O presidente da Caesb, que esteve na audiência pública, também recebeu duras críticas e foi vaiado após a sua fala em defesa da proposta.

CEB

O diretor do STIU-DF, Alairton Gomes, em sua fala da tribuna, fez um retrospecto da CEB nas últimas décadas, frisando os ataques que a empresa veio sofrendo. Lembrou o episódio de 2009, em que a Companhia ia ser vendida para a Cemig e a transação só não se concretizou por causa do escândalo da Caixa de Pandora, que veio à tona.

Alairton também parabenizou os trabalhadores da CEB que estavam lotando as galerias. “Fico feliz em ver essa casa do povo cheia de trabalhadores, que estão aqui de livre e espontânea vontade. Até porque a direção da empresa não os liberou para estarem aqui hoje”, disse.

Os diretores do STIU-DF e as lideranças sindicais do Sindicato dos Bancários e do Sindágua estiveram ao longo do dia conversando com os parlamentares, pedindo que o projeto fosse arquivado.