Que todos possam se manifestar livremente.

A sociedade brasileira, após um longo período, está se organizando ativamente para dois movimentos distintos que deverão ocorrer entre os dias 13 e 15/03. Mas ao fim, o pano de fundo é um só: que futuro queremos para o Brasil.

Nesse sentido as idéias e propostas são várias, afinal o Brasil é um país de dimensões continental e plural. Um grupo defende a correção de rumos para o país, respeitando a decisão das urnas, e cobrando da Presidenta eleita a postura por ela defendida no processo eleitoral. O outro busca o impeachment da Presidenta eleita alegando atos de corrupção e ineficiência no processo de gestão, apesar de não existirem argumentos jurídicos para tal processo, segundo o Procurador Geral da República Rodrigo Janot.

No dia 13 de março, sob a chamada dos movimentos sociais do campo e da cidade, no qual se incluem os sindicatos, ocorrerá em todo o país atos que tem por bandeiras: a revogação imediata das MP’s 664 e 665, que afrontam os direitos e benefícios da classe trabalhadora conquistados após muita luta e mobilização, como o abono salarial, auxilio desemprego, auxilio doença e a pensão por morte. A democratização da mídia e a reforma política através de uma assembléia constituinte exclusiva, composta por representantes da sociedade civil, única forma de moralizar verdadeiramente a política. Pelo fim do financiamento privado de campanha. Por fim, a defesa da Petrobras.

A Petrobras enquanto instituição estatal, responsável por alavancar a indústria de engenharia do nosso país, gerar empregos e renda, trazer desenvolvimento ao Brasil. A política de conteúdo nacional é exemplo de como uma empresa estatal pode, e deve, impulsionar a cadeia produtiva brasileira. Os ataques praticados por gestores da Petrobras não se resumem aos corruptores, mas sim, à tentativa de descaracterizar o papel estratégico que a mesma possui.

Já na Eletrobras, a mídia sinaliza indícios de que o esquema de corrupção que teria se instaurado na Petrobras, também estaria no Sistema Eletrobras. Nós, trabalhadores/as eletricitários/as devemos estar preparados/as para defender nossas empresas. Nós, mais do que ninguém, sabemos do importante serviço que prestamos à sociedade brasileira. A Eletrobras, juntamente com a Petrobras garantem a soberania energética, pois, são vetores de desenvolvimento econômico e social para o país. E por isso, é de suma importância que estas sejam empresas públicas, fortes e de qualidade.

No dia 15 de março, a mobilização é para o impeachment da Presidenta. Com alguns grupos a frente, há a defesa da intervenção militar, a aplicação da cartilha liberal e o enxugamento radical do Estado. Esta última, para as empresas estatais, é uma bomba-relógio, pois significaria a privatização e o desemprego de milhares de trabalhadores/as. No entanto, esse grupo utiliza como discurso mobilizador o exercício da cidadania.

Os brasileiros/as têm todo o direito de exercer sua cidadania, mas temos que nos lembrar que a cidadania se faz no dia a dia. Em 2014, foram sonegados meio trilhão de reais em imposto de renda. Compramos CD e DVD pirata. Um erro não justifica o outro, mas devemos começar a exercer a cidadania pelo nosso quintal. Respeitar as filas, o sinal vermelho, as faixas de pedestre. Devemos passar a participar das audiências publicas – momento em que o Estado convoca a sociedade – para se fazer ouvir. Participar das associações de bairro, das entidades de classe. Isso é cidadania.

A cidadania plena passa pela liberdade de expressão. Infelizmente estamos assistindo a um claro cerce-amento e opressão sobre idéias e ideais contrários, chegando à incitação da violência ou ao próprio ato violento. Surge um fenômeno novo na realidade brasileira que é o ódio e a criminalização da política. Não devemos pactuar com esse fenômeno.

A política se faz no dia a dia. Cada um/a de nós é um sujeito político. Independente de qual seja a escolha, é necessário respeitar e tolerar idéias contrárias. Precisamos banir esse fenômeno novo na realidade brasileira, o ódio político, o ódio coletivo de classe e o espírito golpista.

 


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