CEB

Pregando corte de despesas, diretores da CEB começam gestão propondo aumento de sua própria remuneração.

Os cebianos já viram muito esse filme. Só não esperavam que ele se repetiria tão cedo. Os novos diretores da Companhia propuseram, na contramão do reiterado discurso de austeridade do governo Rollemberg de cortar despesas e reduzir direitos dos trabalhadores, o aumento da própria remuneração.

E que aumento! Pela proposta de reajuste, o salário do presidente pode ser corrigido em aproximadamente 60%, passando dos atuais R$ 25 mil para 40 mil. Enquanto que os diretores teriam aumentos em mais de 72%, saindo R$ 22 mil para R$ 38 mil.

Esses reajustes constam no documento “Proposta do Conselho de Administração”, que será analisado pela assembleia geral dos acionistas da CEB, no próximo dia 11/02/2015. Porém, antes mesmo dessa reunião, a diretoria da empresa já se mobiliza para atingir o seu objetivo. Encaminhou carta ao GDF, no dia 21 de janeiro, justificando o pedido de aumento pela necessidade de, entre outros motivos, “tornar os cargos mais atrativos visando o recrutamento de executivos de mercado para compor a direção das empresas de que o ‘Grupo CEB’ tanto precisa, para retomar sua trajetória de crescimento e desenvolvimento.”

A medida, além de imoral é um contrassenso, pois choca diretamente com a política de austeridade pregada pelo governo Rollemberg, que já anunciou pacote de ajustes nas contas públicas, inclusive com aumento de tributos e cortes de despesas com pessoal. Essa “atração de executivos de mercado” também contraria o discurso de que, no atual governo, será maior o espaço para o servidor e empregado do quadro na direção de órgãos e estatais.

Mas a incoerência não para por aí. No dia 19 de janeiro, a diretoria da CEB informou, em comunicado, as prioridades da nova gestão. Uma delas envolve a redução de custos e despesas, incluindo cortes nos gastos com PMSO (pessoal, material, serviços e outros) e a revisão do plano de saúde. Ou seja, enquanto os trabalhadores e trabalhadoras são chamados a pagar a conta do alardeado desequilíbrio financeiro da CEB, os diretores da empresa buscam exatamente o oposto: elevar seus salários.

O Sindicato e a categoria vão reagir. Além de carta aberta ao governador, o STIU-DF já prepara documentos a serem entregues aos parlamentares da Câmara Legislativa e à imprensa. Além disso, estão sendo agendadas assembleias setoriais para a semana da reunião dos acionistas, oportunidade em que a categoria debaterá a situação da CEB, articulando a luta pela manutenção de suas conquistas e direitos.

Os trabalhadores e trabalhadoras da CEB nunca se furtaram a discutir a sustentabilidade e o futuro da Companhia. Porém, não é mais admissível que esse debate seja precedido de excrescências como esta. Sacrifício de mão única, jamais.

Aumento na CEB elevaria salários de diretores da FACEB para mais de R$ 36 mil

Em maio de 2013, o Conselho Deliberativo da FACEB aprovou a regra de remuneração dos diretores da FACEB, fixando em 95% dos salários pagos aos diretores da CEB. Na época, o valor definido ficou na média do que é pago aos membros da Diretoria Executiva de outras entidades com o mesmo porte da Fundação. Porém, com o aumento vislumbrado pela nova administração da CEB, o reajuste da remuneração paga pela FACEB aos seus dirigentes seria superior a 70%.

O agravante é que, no caso da FACEB, são os próprios trabalhadores e aposentados da CEB que bancam parte dessa conta, contribuindo mensalmente para o custeio administrativo da entidade com 10% de seus aportes individuais aos planos de previdência. Definitivamente, não dá para aceitar.

 


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