Na última quinta-feira, 8/01, dirigentes do STIU-DF se reuniram com o novo presidente da empresa, o Eng.º Francisco Santiago e o diretor Geral da CEB Distribuição, Ari Joaquim. O evento contou, também, com a participação do parlamentar Hélio José, recém-empossado no Senado Federal. Em pauta, a preocupação dos trabalhadores e trabalhadoras da CEB com a manutenção do caráter estatal da Companhia e a continuidade do plano assistencial para os aposentados e pensionistas.

Sobre o primeiro ponto, o presidente fez questão de afastar qualquer hipótese de privatização da CEB, afirmando que o objetivo do GDF e da nova gestão é promover a recuperação econômico-financeira da empresa, e não vendê-la. No horizonte de curto-prazo, segundo ele, o grande desafio é a renovação da concessão. É isso que mobilizará dirigentes, gestores e trabalhadores nos próximos meses.

Em relação ao plano de saúde, o novo dirigente confirmou que, tomou conhecimento através de um documento encaminhado pelo Sindicato, de que há um questionamento no Tribunal de Justiça do DF sobre a constitucionalidade da lei distrital nº 3.010/2002, que garante a extensão do plano assistencial da CEB aos aposentados e pensionistas. Porém, assumiu o compromisso de que, independentemente da decisão final da justiça, não fará nada sem ouvir o sindicato e a categoria. Ele solicitou sugestões no sentido de antecipar o debate sobre o tema. Os dirigentes do STIU-DF ficaram de marcar nova reunião para discutir, especificamente, esse ponto com diretoria da CEB.

Indicação do GDF para FACEB causa indignação

Na mesma reunião, os diretores do STIU-DF e o senador Hélio José ficaram indignados com a confirmação de que um ex-dirigente da FACEB foi indicado para compor a diretoria executiva da entidade novamente. A indignação é, sobretudo, com a total ausência de critério para essa escolha, pois bastaria uma rápida checagem no mandato que este senhor exerceu à frente da diretoria administrativo-financeira da Fundação, entre 2007 e 2010, para constatar a sua total inaptidão ao cargo.

Em maio de 2013, o sindicato reivindicou e recebeu da FACEB o relatório dos investimentos provisionados para perdas, ou seja, das aplicações em títulos privados que não deram certo e saíram do ativo da Fundação. No documento, constam nove aplicações mal sucedidas, dentre elas a conhecida aquisição de CDB do Banco Santos, ocorrida em 2005. O valor total provisionado no 1º trimestre de 2013 chegou a R$ 58,5 milhões. A FACEB vem lutando na justiça para reaver esses recursos.

Ocorre que, das nove aplicações, nada menos que cinco foram realizadas durante o mandato do referido ex-dirigente, responsável à época pelos investimentos da FACEB. Esses cinco papéis (debêntures da ULBRA, CCB’s da SAMCIL e CCI’s da M Brasil, Ponto Final e Ameplan) correspondem a 60% do total provisionado, representado hoje mais de R$ 37 milhões!

Embora a Política de Investimentos da FACEB não proíba esse tipo de aplicação e o chamado risco de crédito seja inerente ao mercado financeiro, é inegável que o exagero desse senhor na aquisição de títulos de empresas sem a menor expressividade causou prejuízo à Fundação, sendo no mínimo temerária a sua volta.

Diante desse fato, os dirigentes do STIU-DF deixaram claro ao presidente da CEB que não cometerão ingerências quanto a indicações para a diretoria da empresa. Essas correrão por conta e risco do GDF. Porém, em relação à FACEB, que administra o presente e o futuro dos trabalhadores e aposentados da CEB, o Sindicato fará tudo para impedir que sua gestão fique em mãos de pessoas descompromissadas e que já tenham causado prejuízo ao patrimônio da Fundação. O recado está dado.