O Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal – STIU/DF, ao lado da CUT/ FNU, ao longo dos seus 30 anos, sempre esteve na vanguarda das lutas políticas em defesa da democracia, contra a ditadura civil/militar, e na construção de um país soberano, mais justo, igualitário, e principalmente em defesa dos direitos dos/as trabalhadores/as.

Uma de suas lutas mais importantes foi  o  enfrentamento  contra  o projeto  neoliberal  e  privatista  do PSDB, entre  1995  a  2002.  Conseguimos evitar a privatização da Eletronorte (a UHE Tucuruí seria vendida  ao  preço  mínimo  de  R$  3,8 Bi), numa  batalha  que  travamos  no Congresso  Nacional,  onde  obtivemos  o  apoio  suprapartidário  das bancadas da Região Norte.

Ainda assim, o PSDB  privatizou a geração da Eletrosul, vendeu diversas  empresas  públicas  estratégicas,  criminalizou  os  movimentos sindicais e sociais, e quebrou o país,  tornando-o  refém  do  FMI.

Deixou como legado taxas recordes de desemprego, estagnação econômica  e  o  apagão  do  setor  elétrico brasileiro em 2001.

A eleição de Lula foi um divisor de águas para a sociedade e para o setor  elétrico.  Foi implantado  um novo  projeto  popular  e  democrático baseado  na  distribuição  de  renda para  os  mais  pobres,  na  defesa  de direitos  da  classe  trabalhadora,  no pleno  emprego,  nos  concursos  públicos  em  vários  níveis,  na  política de  valorização  do  salário  mínimo, quando conseguimos o aumento da renda  dos/as  trabalhadores/as e o retorno  dos  demitidos  no  governo Collor. No setor elétrico, o chamado Novo Modelo inseriu o planejamento de longo prazo, a modicidade tarifária, sob a coordenação do Governo, retirou  as  geradoras  do  Plano Nacional de Desestatização – PND.

Os/as  trabalhadores/as  urbanitários/as  no  setor  elétrico  puderam vivenciar  outro  momento,  tendo acordos  com  ganho  real,  abono salarial  e  participação  nos  lucros  e resultados.  Ao  mesmo  tempo,  a sociedade brasileira mais carente foi teve acesso à energia elétrica com o do  Programa  Luz  para  Todos,  ao microcrédito,  desoneração  da  cesta básica, IPI reduzido dos automóveis e eletrodomésticos.

A  eleição  da  presidenta  Dilma representou  a  continuidade  do  projeto  popular  e  democrático.  Com esta política de governo, foi possível enfrentar a  maior  crise  econômica mundial desde a Grande Depressão de 1930, que levou aos países centrais  (Estados  Unidos,  União  Europeia,  Japão,  etc.)  ao  desemprego em massa e a uma recessão econômica  sem  precedentes,  inclusive com  redução  de  salários  e  direitos da classe trabalhadora.

No Brasil, Dilma  implantou  medidas para conter o arrocho salarial e a retirada de benefícios. Segundo o DIEESE, 93% dos acordos fechados em 2014 tiveram ganho real no primeiro  semestre,  apesar  das criticas de inúmeros economistas.

Quanto  à  corrupção,  tema  recorrente  desde  o  período  colonial, do  qual  nenhum  governo  mostrou-se  livre,  não  se  pode  negar  que,  a partir  de  2003,  foi  muito  mais exposta  e  combatida.  Foi  criado  o Portal  da  Transparência,  o  Ministério Público e a Procuradoria Geral da  União  tiveram  muito  mais  autonomia  e  a  Controladoria  Geral  da União  ganhou  status  de  ministério.

O número de varas da justiça saltou de 100 para 513 e o contingente da Polícia  Federal  foi  ampliado.  Ao contrário,  nos  governos  do  PSBD, federal ou locais (São Paulo e Minas Gerais),  a  Polícia  Federal,  o  Ministério  Público  e  Procuradoria  Geral da  República  não  atuavam,  haja vista  os  escândalos  que  não  foram investigados,  como  os  inúmeros casos da Privataria Tucana (notadamente a venda da Companhia Vale do  Rido  Doce  e  da  Telebras),  o mensalão  do  PSDB  de  Minas  e  o superfaturamento  do  Metrô  de  São Paulo. Um erro não justifica o outro, mas  é  lamentável  que  a  grande mídia,  nesta  questão,  tenha  dois pesos e duas medidas.

Nesta  disputa  eleitoral,  as conquistas  fundamentais  da  sociedade,  em  especial  da  classe  trabalhadora, encontram-se em risco. Os projetos  políticos  em  disputa  expõem  a  diversidade  de  interesses.

Representante  máximo  do  modelo neoliberal,  o  PSDB,  defensor  do Estado  mínimo,  já  anunciou  em seus programas que, para enfrentar a crise econômica, é preciso conter os  salários,  cortar  direitos  e  privatizar. Aliás, essa sempre era a única e fácil medida  adotada  antes  de Lula  –  conter  a  inflação  pela  restrição da demanda.

 

O STIU-DF  não  tem  receio  de afirmar  que  a  reeleição  da  presidenta Dilma é a melhor opção para a  sociedade  como  um  todo,  pois representa  o  avanço  de  um  projeto popular e democrático que beneficia a  maioria  da  população  brasileira, com  justiça  social  e  distribuição  de renda.  Entretanto, não  se  furta  em manter  sua  visão  crítica  e  suas divergências  pontuais,  afirmando que  são  necessárias  algumas correções  de  rumo,  principalmente no  que  se  refere  à  lei  das concessões,  o que  poderá  ser feito por meio de uma discussão, com a participação  da  sociedade  e  dos sindicatos, sobre o modelo do setor elétrico, no qual a Eletronorte e toda a  Eletrobras  tenham  resgatada  sua importância  diante  da  economia brasileira  e  possam  exercer,  com liderança,  seu  papel  estratégico para o desenvolvimento do país.


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