Em pauta, os investimentos realizados pela Fundação sob a intermediação do Banco BVA.

 

Devido à matéria publicada no último dia 19/01 pelo jornal Folha de São Paulo, o Sindicato procurou a diretoria da FACEB para obter esclarecimentos sobre as aplicações da entidade no Banco BVA, que está em liquidação extrajudicial desde junho/2013. Os dirigentes da Fundação afirmaram que a única aplicação feita em títulos do próprio BVA foi totalmente resgatada, com as devidas atualizações, logo após a intervenção do Banco Central naquela instituição, pois se tratava de um Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE) no valor aproximado de R$ 6,7 milhões. Esse tipo de investimento tem garantia de pagamento pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o montante de R$ 20 milhões.

Sobre os investimentos em operações estruturadas pelo referido banco, a diretoria da FACEB reiterou ao Sindicato as informações contidas no Boletim nº 424, divulgado aos participantes e assistidos da Fundação no dia 20/01. Neste informativo fica claro que, sob a intermediação do BVA, foram aplicados mais de R$ 78 milhões em papéis emitidos pelas empresas Raesa, New Energy, Samcil, Ponto Final e Ameplan, além de cotas de participação – via fundo de investimento – na empresa Multiner.

Vale registrar que todas essas operações ocorreram de 2006 e 2009, portanto nas gestões da FACEB indicadas pelos governos Roriz e Arruda. De acordo com o informativo da entidade, as empresas Samcil, Ponto Final e Ameplan, cujos papéis foram adquiridos em 07/12/2007, 03/02/2009 e 03/04/2009, respectivamente, não estão mais honrando os seus pagamentos junto à Fundação. A dívida ultrapassa R$ 23 milhões.

Indagada pelo STIU-DF, a diretoria da FACEB informou que, no âmbito de sua competência, já tomou todas as providências cabíveis para reaver esses recursos. Acrescentou ainda que os membros do Conselho Deliberativo da Fundação foram informados sobre esses provisionamentos para perdas, bem como acerca das medidas judiciais tomadas pela FACEB contra as empresas devedoras.

M. Brasil Empreendimentos

O Sindicato cobrou informações sobre a aplicação da FACEB na empresa M. Brasil Empreendimentos, que também foi objeto de matéria jornalística. No relatório de provisionamentos entregue aos diretores do STIU-DF, se verifica que, de fato, foram investidos R$ 4,7 milhões em CCI (Cédulas de Crédito Imobiliário) da citada empresa, que deixou de pagar à FACEB e aos outros credores em 2011. Essa operação foi realizada em 10/06/2009, novamente na vigência do governo Arruda. Segundo os dirigentes da entidade, os investidores tentam, ainda sem sucesso, executar judicialmente as garantias da aplicação.

Sindicato cobra investigação

Mesmo sabendo que toda aplicação financeira envolve risco, o Sindicato entende que esse investimento exagerado da FACEB em títulos de empresas, ocorrido no mencionado período, deve ser analisado e, se for o caso, investigado pelos órgãos competentes. O Sindicato vai cobrar essa providência e acompanhar as medidas tomadas pelos conselhos e diretoria da FACEB. Vale lembrar que os recursos provisionados devido a essas perdas certamente farão falta para o equilíbrio das contas da Fundação no exercício de 2013.

 

Direção do STIU-DF recebe relatório de provisionamentos da FACEB