A direção do ONS conseguiu o que queria, aprovar um ACT extremamente prejudicial para os trabalhadores e trabalhadoras da empresa. Mas a vitória (se é que se pode chamar isso de qualquer coisa exitosa) foi apertada. Foram 220 votos a favor e 209 contra. O placar revela que a classe trabalhadora está dividida na empresa, uma vez que quase a metade da categoria votou pela rejeição da proposta.

Mesmo aprovando o ACT, a empresa recebeu um recado claro. O resultado mostra que uma parcela significativa dos trabalhadores e trabalhadoras está insatisfeita com a atual gestão do ONS, por causa da retirada do Abono por Perda de Massa Salarial, além da redução de 80% para 66% na gratificação de férias, a 2ª em dois anos.

A categoria também deu outro recado à direção do ONS. Desta vez a sinalização foi mais objetiva. Todas as bases aprovaram a iniciativa de mover ação na Justiça contra a redução e a retirada dos benefícios.

As lideranças da Intersindical ONS avaliam que a empresa usou de artifícios baixos para influenciar no resultado das assembleias, quando retardou a avaliação de desempenho para depois da votação, o que seria uma forma clara de pressionar os trabalhadores e trabalhadoras que recebem a gratificação.

Ministério Público do Trabalho

Durante audiência com a procuradora Regional do Trabalho, Dinamar Hoffmann, no dia 8 passado, representantes da direção da empresa alegaram que a PO extra compensaria a retirada e a redução dos benefícios. No entanto, não apresentou nenhuma garantia de que a PO continuará sendo praticada nos próximos anos. Se no ano que vem, por exemplo, a PO for retirada, a categoria amargará três perdas.